O PPS deverá seguir o PSDB e anunciar formalmente o rompimento com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo o líder do partido na Casa, Rubens Bueno (PR), a ideia é fazer uma reunião da bancada para fechar o discurso até o início da próxima semana. Bueno afirma que o encontro deverá ocorrerá somente na terça-feira, pois não está conseguindo conciliar a agenda de todos os deputados da sigla.
O líder destacou que, embora ainda não tenha formalmente anunciado o rompimento, o PPS já vem adotando discurso contra Cunha desde o início de outubro. Ele lembrou que, no último dia 10, a legenda assinou nota juntamente com outros partidos da oposição pedindo o afastamento do peemedebista da Presidência da Câmara.
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Com o surgimento de provas contundentes contra Cunha, a nota foi reiterada pelos opositores no dia 20 de outubro. Bueno lembrou que, na prática, o PPS já está rompido com Cunha.
- Tanto que essa foi a terceira semana que não participamos da reunião de líderes na casa dele - destacou.
Ele se refere às reuniões semanais, geralmente na hora do almoço, que líderes partidários têm com Cunha às terças-feiras. Para o deputado do PPS, as denúncias contra o peemedebista são "muito graves" e as explicações dadas por ele à imprensa, "muito frágeis". Mais cedo, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), anunciou a ruptura formal da bancada com Eduardo Cunha, que é alvo de representação no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. Ele alegou que as provas contra o presidente da Câmara são contundentes e a defesa apresentada pelo peemedebista foi inconsistente. Para ele, as entrevistas que Cunha deu à imprensa no fim de semana foram um "desastre".
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DEM
Na terça-feira, o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), deu sinais de que o partido também poderá romper oficialmente com Cunha. Em entrevista à imprensa no fim do dia, o parlamentar elevou o tom das críticas à versão apresentada pelo peemedebista, avaliando que a defesa apresentada tem "vários furos".
A ruptura formal do DEM, contudo, ainda não tem data para acontecer. O rompimento da oposição deve enfraquecer o presidente da Câmara. Isso porque, embora defendessem seu afastamento em nota, opositores davam sustentação ao peemedebista nos bastidores para estimulá-lo a deferir o pedido de impeachment da presidente Dilma. Somente o Solidariedade, partido comandado por Paulinho da Força (SP), aliado de Cunha, deve continuar apoiando-o publicamente.
*Estadão Conteúdo