Convicto de que celulares roubados na Região Metropolitana convergem para área central de Porto Alegre, onde são revendidos por camelôs clandestinos, o delegado Juliano Ferreira, da Delegacia de Repressão a Roubo de Cargas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), prepara uma megaofensiva para tentar estancar esse tipo de comércio. O alvo da ação será o camelódromo e o seu entorno - a Avenida Júlio de Castilhos, as ruas Voluntários da Pátria, Marechal Floriano, Vigário José Inácio e Doutor Flores e a Praça Rui Barbosa.
Nesses locais, é intensa a circulação de vendedores de telefones roubados de pedestres e de estabelecimentos comerciais. Os assaltos com objetivo de levar celulares das vítimas cresceram 128% nos últimos cinco anos no Estado - passando de 1.346 entre janeiro e agosto de 2010 para 3.068 no mesmo período deste ano. Por se tratar de objetos caros - tem celular que custa R$ 5 mil -, o crime tem atraído quadrilhas organizadas, usuários de drogas e até traficantes que estão mudando de ramo, segundo Ferreira.
A operação está sendo organizada pelo Deic e deverá contar com o apoio de Brigada Militar, Receita Estadual e Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic). O delegado prevê a convocação de mais de 500 policiais para o que é chamado de "congelamento de área" para uma varredura geral, identificando quem circula pelo local. Nas ruas centrais é comum a presença de jovens com mochilas nas costas oferecendo celulares.
- Será um trabalho bem minucioso. No camelódromo, os comerciantes terão de apresentar nota fiscal para comprovar a origem dos aparelhos. Não faz sentido um iPhone novo, na caixa, ser vendido ali - afirma o delegado Ferreira.
No mês passado, uma investigação da 1ª DP de Gravataí apreendeu 200 celulares no apartamento de um dono de duas bancas no camelódromo. Os aparelhos tinham sido levados em assaltos a lojas.