A Polícia Civil de Formigueiro já identificou pelo menos oito integrantes de uma quadrilha de abigeatários que vem atuando na Região Central. Uma investigação sobre o furto de nove cabeças de gado de uma propriedade rural naquele município, no último dia 28, deu início à investigação, que culminou com um homem detido em flagrante e 34 animais recuperados no sábado, em Santa Maria.
Segundo o delegado Antônio Firmino Neto, esse foi o começo de um caso que ainda terá muitos desdobramentos:
- Sabíamos que uma quadrilha que cometia furto de cabos e em cemitérios, havia migrado para o abigeato. Eles agiam com um Vectra de batedor e um caminhão adaptado para boiadeiro. Vimos os veículos em imagens de câmeras de vigilância. Fomos na casa do suspeito e identificamos os veículos. A partir dali, localizamos o campo onde mantinham o gado. Fomos ao local, com a vítima, que reconheceu quatro animais como sendo dele.
O homem que se disse proprietário rural é arrendatário de terras na Estrada Ângelo Berleze, no bairro Pé-de-Plátano. Ele foi detido em flagrante por receptação dolosa. Pagou fiança de R$ 10 mil e foi liberado.
A equipe que compõe a força-tarefa de combate ao abigeato foi acionada e fez levantamento no local. A polícia vai tentar identificar os donos dos outros animais, já que eles tinham marcas de vários proprietários.
Em depoimento, o suspeito falou que comprou os nove animais sem nota fiscal de um homem que moraria na Vila Maringá, pelo valor de R$ 8 mil. Ele disse ainda que tem mais 107 animais em campos de difícil acesso. Ele negou que o gado seja furtado.
O celular do suspeito foi apreendido e deve ter sigilo telefônico quebrado. O objetivo é descobrir para quem os animais seriam vendidos.
Conforme o delegado Firmino, alám de Formigueiro, a quadrilha atuava Júlio de Castilhos, São Pedro do Sul, Ivorá, Nova Palma, entre outras cidades da região. Trazia o gado para a área em Santa Maria.
A polícia investiga ainda a venda de carne clandestina proveniente do abigeato para mercadinhos (parte dos animais era abatida na propriedade) e o encaminhamento de parte desses animais para rodeios.
- Além do furto, queremos combater o consumo de carne imprópria para consumo. Vamos fazer uma varredura, um pente fino na região - declarou Firmino.