Afastado do policiamento ostensivo em Camaquã, na Zona Sul do Estado, por problemas psicológicos, o soldado da Brigada Militar que disparou e matou o jovem Djavan Pereira Rodrigues, 22 anos, deve ser indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar), com o agravante de imprudência. Além disso, a conduta dele será analisada em um Inquérito Policial Militar (IPM), já em andamento. Quando retornar ao trabalho, o PM sairá das ruas e fará funções administrativas até ser julgado. Existe a possibilidade de expulsão da corporação.
Djavan foi morto depois que o brigadiano atirou contra ele com uma arma calibre 12 na madrugada do último sábado. O jovem e outras pessoas se envolveram em uma briga generalizada em um posto de gasolina em Camaquã e, para dispersar a confusão, o policial disparou, segundo alega, acreditando que a munição da espingarda era não-letal.
- De acordo com os relatos, foi dito a ele (PM) por um colega que a arma estava com munição não-letal. Ele atirou em direção à pessoa, e não para cima, porque entendia que não seria causado nenhum ferimento - afirma a delegada Vivian Sander Duarte, que investiga o caso.
A morte do jovem mobilizou um grupo de moradores de Camaquã, que protestou no domingo e pediu justiça. O soldado prestou depoimento à Polícia Civil nesta segunda-feira e acabou liberado. Ele falou que um colega trocou as munições e não o comunicou. O brigadiano vai responder ao processo em liberdade, já que se apresentou e deu todos os esclarecimentos exigidos.
- O fato de ele ser policial e ter que observar regras técnicas possivelmente terá influência para o aumento da pena. Ele tinha o dever de saber que a arma estava carregada de balas letais. Vamos apurar melhor se houve responsabilidade do colega que teria efetuado a troca de munições - ressalta a delegada Vivian Sander Duarte.
* Zero Hora