Uma das organizadoras da Marcha do Orgulho Crespo em Porto Alegre, no dia 15 de novembro, a partir da Redenção até o Largo da Epatur, a cabeleireira Suellen Rodrigues, 28 anos, do Bairro Jardim Leopoldina, espera que o movimento, uma réplica do que aconteceu em julho, em São Paulo, tenha a participação de milhares de pessoas. Duas mil já confirmaram pelo Facebook que estarão lá.
Ela avisa que o novembro chuvoso não será uma ameaça ao balanço dos cabelos crespos. Mas, por via das dúvidas, se chover no dia 15, o evento será transferido para o dia 22.
Diário Gaúcho - Dá trabalho ostentar o orgulho crespo?
Suellen Rodrigues - Sim, uma trabalheira! Levo umas sete horas para fazer meu cabelo e faço isso duas vezes por mês.
Diário - Você nunca se rendeu ao alisamento? Nem que tenha promoção no salão?
Suellen - Sim! Antes de ter esse entendimento da ancestralidade, da raiz do meu povo, sim. Minha mãe passava isso para mim, que era preciso alisar o cabelo. Mas há uns cinco anos passei a cuidar mais da saúde e percebi que a química estava desencadeando irritações no meu couro cabeludo e na pele. Pesquisei muito sobre o assunto e acabei lendo sobre manter o cabelo natural. Foi aí que fiz a transição do liso para o crespo.
Diário - Como cabeleireira, você incentiva as mulheres a ficarem crespas?
Suellen - Sim. Dou força para muitas clientes também passarem por essa transição.