Duas semanas depois que as autoridades realizaram uma operação para combater um esquema ilegal de produção e venda de palmito no Rio Grande do Sul, a Delegacia do Meio Ambiente do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) realiza nesta quinta-feira nova ação no Litoral Norte e no Vale do Sinos. O objetivo é coibir a prática criminosa que já voltou a ocorrer no Estado. As informações são da Rádio Gaúcha.
O delegado Mauro Vasconcellos confirmou que comerciantes estão fazendo novos pedidos para extração da palmeira Jussara, que está em extinção, em local que é preservado por lei ambiental.
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Cerca de cem policiais cumprem 30 mandados de busca e apreensão sete cidades: Osório, Maquiné, Três Forquilhas, Itati, Três Cachoeiras, Capão da Canoa e São Leopoldo. Nos municípios litorâneos, os agentes pretendem coibir o corte da árvore, a fabricação clandestina, cujo produto tem apresentado sérios riscos à saúde, e ainda a caça ilegal.
- O pessoal faz a extração na madrugada, justamente para fugir da fiscalização. Além disso, usam armas não registradas para caçar ilegalmente aves e quatis. Tudo isso em uma área de proteção ambiental na Mata Atlântica - ressalta Vasconcellos.
Escuta telefônica comprova que, no dia da operação realizada há duas semanas, integrantes do esquema ilegal de produção de palmito já estavam conversando sobre a descoberta da irregularidade:
Pelo menos dois homens, que são do Litoral e já estão indiciados, são alvo da nova ofensiva policial. Argentil Rolato e Edson Altamiro Guasseli Lopes são investigados por darem continuidade à prática criminosa. Inclusive, no dia em que houve a outra operação contra o esquema ilegal, uma carga de 500 quilos de palmito deles foi apreendida. O valor estimado era de R$ 18 mil.
Indiciamento
Em relação às ações realizadas, Vasconcellos destaca que pretende concluir o inquérito até dezembro sobre crime ambiental e posse ilegal de arma de fogo. O delegado diz que mais de 40 pessoas serão indiciadas por esses dois delitos. São comerciantes, distribuidores, comerciantes, pessoas responsáveis pela extração e demais envolvidos no esquema.
A polícia interceptou mais de 14 mil ligações e o inquérito tem mais de mil páginas. Além disso, o Ministério Público também investiga o esquema em relação a crimes contra o consumidor.