A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) disse nesta segunda-feira, 16, que vai ser a candidata do partido à prefeitura de São Paulo nas eleições do ano que vem.
- Sim (me considero candidata). No PMDB, eu fui recebida muito bem. E eu vou ser candidata - afirmou a parlamentar depois de participar de uma palestra a alunos do curso de administração da Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo.
É a primeira vez que Marta manifesta publicamente que é a candidata do partido. Ela, no entanto, enfrenta a resistência do secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita, que também deseja disputar a prefeitura.
O PMDB atualmente faz parte do governo de Fernando Haddad na prefeitura de São Paulo. A legenda integrou a gestão petista depois de um acerto entre o vice-presidente, Michel Temer - e também presidente nacional do PMDB - e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O principal termo do acordo era o de construir uma aliança entre o PT e o PMDB para as eleições de 2016.
Durante a palestra sobre o papel da mulher na política, Marta criticou o projeto de lei criado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que dificulta o acesso ao aborto legal para vítimas de estupro. Para a senadora, o projeto de lei aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no dia 21 de outubro é "uma violência transcedental".
- Essa questão do aborto é de uma violência transcedental. Vocês veem a dimensão do conservadorismo? Ele pesa mais para as mulheres - disse Marta em sua fala.
Ao fazer referência aos protestos contra o projeto de lei criado por Cunha, a senadora disse que as mulheres tomaram a Avenida Paulista e parte do Congresso para se posicionar contra "a indecência que está acontecendo". Afirmou ainda que as últimas leis que tramitaram pelo Congresso "são extremamente conservadoras" e que representam "um retrocesso aos direitos da mulher".
Questionada sobre o grau de responsabilidade de Cunha pelo conservadorismo da Câmara, Marta disse que ele não faria nada do que fez até agora sem apoio. Os dois pertencem ao mesmo partido.
- Ele não poria uma lei dessas (do aborto) em votação se não tivesse o apoio de uma ampla maioria. Que o apoia em tudo, inclusive nas questões de retrocesso - afirmou a senadora.
*Estadão Conteúdo