O corpo do jihadista belga Abdel Hamid Abaaoud, suposto cérebro dos atentados de Paris, foi formalmente identificado pela polícia entre os sete mortos da operação realizada em Saint Denis, ao norte da capital francesa, anunciou a procuradoria nesta quinta-feira.
O corpo crivado de balas foi encontrado ao fim da ação no apartamento onde um grupo de jihadistas se entrincheirou. Sua identidade foi determinada graças às impressões digitais, acrescentou a fonte.
"Abdel Hamid Abaaoud acaba de ser formalmente identificado, depois da comparação das impressões papilares (impressões digitais das mãos ou pés), como falecido no decorrer da operação realizada pela RAID (unidade de elite da polícia francesa), na rua Corbillon de Saint-Denis, na noite de 18 de novembro", afirma um comunicado oficial. "É o corpo encontrado no edifício, crivado de balas", completa a nota.
Jihadista de 28 anos e membro ativo do grupo Estado Islâmico (EI), Abaaoud escapava das forças de segurança europeia havia vários anos. Inicialmente, imaginava-se que ele estivesse na Síria.
O jihadista nasceu em 1987 no bairro de Molenbeeck, subúrbio de Bruxelas. Ele era conhecido como Abu Omar Susi - nome da região do sudoeste de Marrocos de onde sua família é originária - ou Abu Omar al Baljiki (Abu Omar "o belga").
Os atentados em Paris não representaram a única vez que o nome de Abu Omar "o belga" apareceu em uma investigação. No início de 2014, ele estampou as capas dos jornais belgas por ter levado para a Síria o seu irmão Yunis, 13 anos, apelidado de "o jihadista mais jovem do mundo".
Pouco depois, apareceu em um vídeo de propaganda do EI, com barba e um turbante do tipo afegão. Diante da câmera, na direção de uma caminhonete que arrasta corpos mutilados, Abaaoud se diz orgulhoso de cometer atrocidades.
- Antes, rebocávamos jet-skis, quadriciclos, carrinhos cheios de brinquedos ou malas para passar férias no Marrocos. Agora arrastamos infiéis, aqueles que nos combatem, os que combatem o Islã - diz, sorridente, em uma mistura de árabe e francês.
Veja o passo a passo da guerra contra o terror após atentados em Paris:
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* AFP