O juiz Rodrigo Barreto, da 1ª Vara Cível da comarca de Braço do Norte, no Sul do Estado, concedeu liminar afastando temporariamente a diretora da Escola de Educação Básica Dom Joaquim, Rita de Azevedo. A medida foi um pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) após a promotora Marcela Hulse Oliveira ter acesso a uma gravação, divulgada pelo colunista do DC Rafael Martini, onde duas professoras pedem voto para a diretora na eleição para gestor da unidade. A decisão liminar foi publicada na quinta-feira e ainda anulou o pleito para escolha da direção. O afastamento tem prazo inicial de 30 dias. Um inquérito foi aberto pela promotoria para investigar a denúncia.
A gravação teria sido feita na quarta-feira por uma aluna da escola. No áudio, duas professoras pedem votos para Rita em troca de pontos e, quando alguns alunos reclamam da atitude, uma delas responde: "Cada um luta com as armas que tem". Segue a justificativa da ação do MPSC:
– As professoras Karini da Silva e Patrícia da Silva estiveram na sala de aula dos alunos do 9º ano, turno matutino, oferecendo a eles um ponto na média para quem votasse no Plano de Gestão da Professora Rita.
Para a promotora Marcela Hulse Oliveira, autora do pedido de afastamento, o caso se torna ainda mais grave devido ao local onde a irregularidade é aplicada:
– O conteúdo da gravação é uma afronta completa a todos os princípios da administração pública. Na escola, as crianças deveriam estar aprendendo valores éticos e morais, pois são os futuros eleitores do país. Um inquérito civil foi aberto para apurar a ocorrência.
De acordo com a promotora, alunos, pais de alunos e professores devem ser ouvidos a partir de segunda-feira. O afastamento da diretora Rita Azevedo tem prazo de 30 dias. A decisão da Justiça foi comunicada para a Gerência Regional de Educação em Braço do Norte.
A reportagem tentou contato na manhã desta sexta-feira com a diretora Rita e as duas professoras, mas ninguém atendeu no número de telefone disponível da Escola Dom Joaquim. A Secretaria de Estado de Educação ainda não se pronunciou sobre o assunto.