Um dedo cortado revelou a identidade do terrorista francês que detonou, na noite sexta-feira, seu cinto de explosivos, depois de ter atirado contra o público durante um show no Bataclan: identificado como Omar Ismaïl Mostefaï, ele era um delinquente comum do subúrbio de Paris, que acabou sucumbindo ao islã radical.
O homem de 29 anos, nascido em 21 de novembro de 1985, foi formalmente identificado por "análise de digitais" colhidas num dedo encontrado na casa de shows parisiense. Natural de Courcouronnes, município situado ao sul de Paris, ele tinha cometido apenas pequenos delitos até então. Seu histórico consta oito condenações de 2004 a 2010, sem nenhuma ordem de prisão.
Polícia encontra carro usado nos atentados em Paris
"Brasil corre risco na Olimpíada", diz especialista em contraterrorismo
- Em 2010, ele foi fichado por radicalização, mas nunca foi aberto contra ele um caso de associação de terroristas - ressaltou o procurador de Paris, François Molins.
De acordo com uma fonte próxima da investigação, Omar frequentava uma mesquita em Lucé, perto de Chartres, outra cidade ao sul de Paris. Os investigadores ainda buscam confirmar se o homem-bomba viajou à Síria em 2014.
Seu pai e seu irmão foram detidos na noite de sábado. O irmão, de 34 anos, se apresentou por conta própria na delegacia de Créteil (perto de Paris), e mostrou-se surpreso quando soube que o caçula estava envolvido nos atentados, mais especificamente, na tomada de reféns do Bataclan, que terminou com ao menos 89 mortos.
- É coisa de louco, devo estar delirando - reagiu o irmão antes de ser colocado sob custódia.
Ele confirmou que seu irmão "teve problemas com a justiça, detenções provisórias, coisas assim". Por mais que tenha cortado relações com Omar há muitos anos, por conta de "problemas familiares", o irmão mais velho não imaginava que o caçula pudesse se tornar um islamista radical.
O Califado do Terror: um retrato do Estado Islâmico
O que faz a gravação se tornar alvo do Estado Islâmico
- Ele viajou para o país de origem dos nossos pais, a Argélia, com sua família, e sua filha pequena. Já fazia um tempo que eu não tinha notícias - explicou.
Pai de família, que vive numa casa modesta no subúrbio parisiense, o irmão do terrorista revela que tem outros dois irmãos, com os quais também cortou relações, e duas irmãs.
- Liguei para minha mãe, mas parece que ela não sabe de nada - completou.
Confira o mapa dos ataques:
* AFP