A Black Friday - ou Sexta-Feira Negra - é na próxima sexta-feira, dia 27. Criada pelo varejo dos Estados Unidos para esvaziar estoques e se preparar para as vendas de final de ano, ela é copiada em diversos países. A promoção vem se fortalecendo no Brasil nos últimos anos - começou em 2010 por aqui - e ganhando espaço além da internet.
Presidente do Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre, Gustavo Schifino comenta que o comércio de rua e nos shoppings tem aproveitado a data. Ele aponta uma vantagem em relação às compras feitas na internet:
- A promoção dura mais dias, porque não tem a possibilidade de venda na madrugada, como no online.
Confira dicas para não cair em roubada na Black Friday
Mas, à medida que a data fica mais conhecida, as reclamações também aumentam: em anos anteriores, comerciantes brasileiros foram acusados de aumentar os preços pouco antes da promoção para baixar na Black Friday, enganando os clientes. O Portal Reclame Aqui registrou 12 mil queixas em 2014 neste dia de ofertas. A maioria referente a descontos enganosos, erros nos sites para fechar a compra e falhas na entrega.
- Os casos mais preocupantes foram de "maquiagem" de preços. Algumas lojas aumentam o valor do produto antes da Black Friday e retornam ao preço original na data anunciando descontos - aponta a diretora do Procon-RS, Flávia do Canto Pereira.
Economia
De acordo com os organizadores do evento, a edição deste ano deve movimentar R$ 1 bilhão no Brasil, 12% a mais do que em 2014, somente na internet. Clientes de Porto Alegre devem gastar R$ 23 milhões. CDL-Poa e Sindilojas Porto Alegre não fizeram projeção das vendas no comércio de rua nesta data.
- A alta é relevante em um ano de economia complicada. A previsão é de que o consumidor valorize mais seu dinheiro, pesquisando as ofertas - projeta Juliano Motta, diretor da BlackFriday.com.br.
Pesquisa do app MeSeems, de pesquisa de mercado, mostra que os internautas desejam adquirir roupas nesta data: 37% deles. Em segundo lugar, aparecem os eletrônicos em geral (36%).
Mas antes de se empolgar com as promoções e acabar comprando por impulso, não se esqueça das próximas contas que vêm aí e que exigem dinheiro no bolso: presentes de Natal, férias, IPTU, IPVA, material escolar para as crianças, matrícula nas escolas. Portanto, bom senso e cuidado! O consumidor consciente não deve levar em conta só o preço, alerta Adriana Burger, coordenadora do Procon-RS.
Tem que valer a pena
Erick Souza Pires, 21 anos, estudante de Publicidade e Propaganda, estava dando uma olhada nos preços de calçados de verão acompanhado da mãe, Dirce Maria de Souza, 56 anos. Segundo ele, desde que a promoção começou pela internet, ele costuma dar uma olhada para ver se realmente os preços valem a pena. Agora que a liquidação saiu do digital para as lojas de rua, ele resolveu conferir.
- Já tenho uma noção dos preços, vim aqui para dar uma olhada, mas a ideia é esperar até sexta-feira, quando os preços devem baixar - fala Erick.
Em outra loja de calçados, a autônoma Eliane Cardoso dos Santos, 52 anos, estava de olho em uma sandália.
- Os preços estão muito bons, vou voltar aqui na sexta-feira para levar mais coisas para o Natal.
Evite a dor de cabeça
O Diário Gaúcho preparou um guia para você não cair em armadilhas nesta Black Friday.
/// Faça uma pesquisa prévia dos produtos que pretende comprar, para saber se os descontos que serão anunciados na sexta são verdadeiros _ escapando da maquiagem de preços.
/// Pesquise a reputação da loja em sites de reclamações, fóruns de consumidores, Procons e site do Tribunal de Justiça do Estado. Se a compra for pela internet, verifique se sua conexão é segura. Use antivírus.
/// Desconfie de ofertas com preços muito abaixo do mercado. É estranho um site vender um produto muito mais barato do que a concorrência, principalmente quando for eletroeletrônicos.
/// Para não comprar por impulso, a sugestão é escrever em uma lista quais produtos você realmente pretende comprar na data e focar neles sua pesquisa.
/// Prefira fazer compras em lojas conhecidas, com CNPJ, número para contato telefônico e endereço físico.
/// Nas compras online, é melhor pagar com cartão de crédito, em vez de boleto ou transferência bancária. Se ocorrer algum problema com a entrega do produto, fica mais fácil cancelar o pagamento. Se o site só oferecer o boleto como meio de pagamento, desconfie.
/// Fique de olho no preço do frete. Se for muito alto, o desconto pode não valer a pena.
/// Na internet, faça cópias de tela em cada etapa da compra. No computador, é só apertar a tecla Print Screen e colar em outro programa, como seu e-mail.
/// Se o produto entregue for diferente daquele que você escolheu, é possível desistir da compra e devolver o item no prazo de sete dias. No caso da compra presencial, as regras mudam. Cor ou tamanho não são defeitos e não obrigam o lojista a trocar o produto.
/// Observe o selo do Busca Descontos do Reclame Aqui nos sites com melhor reputação. A marca estará presente em lojas que tenham avaliação boa ou ótima.