Falta apenas o governador José Ivo Sartori definir a data para o lançamento do programa estadual de concessões, trabalho conjunto das secretarias dos Transportes e do Planejamento. Os primeiros editais devem incluir a ERS-324, entre Nova Prata e Passo Fundo, a ligação Santo Ângelo, Santa Rosa e Ijuí e a RSC-287, de Candelária a Santa Maria. O governo optou por fazer duas licitações: uma para a elaboração do projeto e outra para a execução da obra. Chamada de Solicitação de Manifestação de Interesse, a primeira fase consiste na apresentação de um projeto a partir de diretrizes definidas pelo Piratini.
Rosane de Oliveira: as estradas que deverão ter pedágio
As empresas interessadas apresentam um cronograma de obras a serem realizadas ao longo dos 30 anos de concessão, sugerem o número de praças de pedágio e o valor da tarifa. Na segunda fase, licita-se a execução da obra. Se a vencedora for outra, pagará o custo do projeto à vencedora da primeira fase. Para reduzir a oposição às concessões, o Estado vai trabalhar em sintonia com o BNDES e com a Empresa de Planejamento e Logística, que tem entre seus diretores o ex-secretário de Infraestrutura João Victor Domingues.
O secretário Pedro Westphalen herdou de Domingues um estudo batizado de Plano Estadual de Logística e Transportes (Pelt), que contempla todos os modais e deverá ser implantado por meio de concessões e parcerias público-privadas. As negociações com o governo federal estão avançadas para integrar trechos de estradas que formam corredores para ligação com o porto de Rio Grande. A duplicação da ERS-122, entre São Vendelino e Farroupilha, poderá ser incluída no pacote das concessões federais, garantindo uma ligação duplicada da Serra com Porto Alegre.
Uma das decisões que ainda não estão maduras é o destino da ERS-118, entre Viamão e Sapucaia do Sul. Apesar de entidades e prefeituras da Região Metropolitana terem encaminhado uma carta ao governo sugerindo a concessão da 118 à iniciativa privada, o Piratini ainda não está seguro de que a cobrança de pedágio seja o melhor caminho. A única certeza é de que a 118 precisa ser tratada como prioridade. Como o Estado não tem dinheiro para a duplicação, o pedágio aparece como alternativa.