Integrantes da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) voltaram de Brasília mais confiantes de que a justiça poderá ser feita ou de que, pelo menos, mais gente seja punida. É que o Ministério Público confirmou, na audiência na Câmara, que uma nova promotora assumirá em Santa Maria, no dia 18, e analisará os inquéritos nas áreas cível e criminal sobre a Kiss que estão no MP.
Integrantes da AVTSM acreditam que, com isso, aumenta a chance de que agentes públicos, que tiveram os pedidos de arquivamento em 2013, possam ser agora denunciados à Justiça.
- Apesar de tudo que ocorreu, eu ainda acredito na ética e no profissionalismo dos promotores. Nós cobramos muito da Justiça, mas não é só culpa dela. É que nós, da sociedade, fazemos pouco para cobrar por justiça. Em Santa Maria, o que se vê é omissão da sociedade, mas na Romênia (onde houve tragédia em boate e o primeiro-ministro renunciou após protestos) o povo está se impondo. Aqui, ainda nos criticam e mandam a gente parar porque "está atrapalhando". Estão trocando as vidas por interesses particulares - disse o presidente da AVTSM, Sérgio da Silva.
Diante das queixas dos familiares de vítimas de que estaria havendo impunidade, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Paulo Pimenta (PT), informou que o colegiado aprovou uma Proposta de Fiscalização e Controle, por meio da qual será feito acompanhamento dos inquéritos e cobradas ações preventivas de incêndios e outros sinistros.
Os deputados presentes também se queixaram da atuação do MP e pediram ao subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais do Estado, Fabiano Dallazen, que o MP arquive os processos que foram abertos de calúnia e difamação contra os familiares das vítimas.