Os próprios moradores do Beco do Beijo não escondem: assim como os outros becos, o local é uma invasão. O beco surgiu há cerca de 15 anos e teria esse apelido por um fato inusitado. Como conta um morador de 61 anos, que foi um dos fundadores do reduto, um vizinho chegou embriagado em uma reunião da comunidade e tacou um beijo em uma vereadora que estava presente no encontro. Por isso, o local teria recebido esse apelido.
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Os moradores do Beco do Beijo também contam que o consumo de drogas no local é muito intenso. Diferentemente do Beco do Nego Zê, lá os usuários consomem os entorpecentes no próprio beco, principalmente em uma esquina específica, à noite. A presença dos viciados em drogas intimida os moradores, que evitam sair de casa depois de um certo horário.
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- De dia, o povo da droga está dormindo, né? Mas, de noite, eles ficam por aí, se chapando, e a gente fica até com medo de sair de casa, pois vai saber a reação deles? - diz uma mulher de 42 anos.
No Beco do Nego Zê, comércio de drogas à luz do dia chama a atenção dos vizinhos
Outro fato que fica nítido é o comércio de objetos roubados. Segundo os moradores, qualquer objeto é oferecido por não mais que R$ 15. O dinheiro da venda é usado na comprar de crack. Até cachorros de raça chegavam a ser roubados para serem trocados por entorpecentes. Apesar desses fatos serem mais recorrentes, quem mora no Beco do Beijo afirma, com convicção, que atualmente o local está bem mais calmo em relação ao que já foi.
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- Agora, o beco está calmo, nem tiroteio tem mais. Quando ia ter, eles já nos avisavam para não saírmos de casa. Mas tem muita gente boa aqui, a maioria das pessoas trabalha - narra.
Assim como no Beco do Nego Zê, os moradores dizem que notam a presença da polícia com frequência.
Vida de Beco
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Moradores relatam que têm medo de sair à noite por conta das aglomerações de usuários de drogas
Naion Curcino
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