Depois de receberem doações, moradores do Bairro Km3, em Santa Maria, depositam roupas velhas no rio. Alguns também queimam os objetos, o que acaba causando prejuízos ambientais. As informações são da Rádio Gaúcha SM.
Quem chega ao bairro já percebe roupas espalhadas pelo chão e, inclusive, queimadas. Os moradores descartam o material doado dentro do rio Vacacaí Mirim. É possível encontrar roupas espalhadas, misturadas à vegetação, após no nível do rio ter baixado.
Em alguns pontos, é possível ver camisetas, calças e agasalhos com aparência de novos no chão.
A situação é realidade há bastante tempo, mas os moradores continuam descartando de maneira irregular. O coordenador da Defesa Civil em Santa Maria, Adelar Vargas, explica o porquê:
- Quando levamos roupas, algumas pessoas pegam as velhas e colocam no lixo ou no Rio Vacacaí Mirim, ou até queimam. Por isso, orientamos os presidentes das associações comunitárias a pedirem à população que não jogue pertences no rio - conta.
No Km3, vivem cerca de 300 famílias. Mas o problema do descarte incorreto é recorrente em outros bairros, como Urlândia e Maringá - e não é um problema recente. Isso aumenta com as doações, mas acontece durante o ano todo. Pouco antes das chuvas desse ano, a prefeitura recolheu mais de 1 tonelada de roupas de dentro do Vacacaí Mirim. A Defesa Civil tenta orientar os moradores, mas muitos nem sabem o que fazer com a roupa, como conta a moradora Nádia Beatriz Rodrigues.
- Muita gente faz isso. Ontem mesmo, jogaram dois carrinhos com sujeira. Tentamos alertar, mas falaram que não éramos donos do rio. Quando houve as chuvas, a gente não tinha onde colocar as roupas que a água encharcou. Como estavam com cheiro muito ruim, para não jogar no rio, queimamos - conta.
Nádia afirma que viu roupas, colchões e geladeira - praticamente todos os objetos de uma casa. Adelar Vargas afirma que a Defesa Civil é quem faz o descarte ideal. Eles passam com caminhões, recolhem e encaminham para o aterro sanitário, onde se dá fim às roupas que não servem mais.
As doações em Santa Maria passaram de 10,5 toneladas de agasalhos e cobertores.