Desde a madrugada de quinta-feira sem energia elétrica, moradores de diferentes regiões de Santa Maria organizaram, nesta segunda-feira, protestos pela cidade. Entre as reclamações das pessoas está a dificuldade em relatar problemas para a AES Sul ou o fornecimento não ser restabelecido em locais específicos.
Moradores da Rua Olintho Trevisan, no bairro Tancredo Neves, bloquearam a rua por volta das 11h desta segunda-feira. Eles querem chamar a atenção da AES Sul para o conserto de um poste que caiu na rua durante o temporal da última quinta, e deixou pelo menos 20 casas sem luz.
Conforme Flavia Teixeira, 17 anos, a mobilização reúne cerca de 20 moradores. Eles atearam fogo em galhos e utilizam fitas para bloquear o trânsito nos dois sentidos. Além disso, há cadeiras no meio da rua e cartazes com mensagens para a AES Sul. A previsão é que o tráfego permaneça interrompido até a concessionária normalizar o fornecimento de energia no local.
De acordo com Flavia, uma equipe fez o conserto do poste da rua de baixo ainda no sábado, mas deixou o poste da Olintho Trevisan como estava, no chão.
- Nós já avisamos a AES Sul há muito tempo que aquele poste estava podre. Bastava vir um vento mais forte e ele ia cair. A gente não vai liberar se eles não resolverem o problema. Não aguentamos mais, tem muita criança que mora aqui - declara a adolescente.
Na Rua Fernandes Vieira, no bairro Salgado Filho, os moradores protestaram pela segunda vez, em dois dias. No local, há casas sem luz e a rua foi fechada com galhos de árvores, pela segunda vez. No domingo, outro protesto também bloqueou o trânsito no local.
Outros protestos foram organizados neste final de semana, em Santa Maria. No domingo, a Avenida Assis Brasil, no bairro Itararé, foi bloqueada. No sábado, a BR-392, no bairro Passo das Tropas, foi bloqueada por cerca de quatro horas.
A AES Sul informou que até o início da noite desta segunda-feira, 4,7 mil clientes permaneciam sem luz em Santa Maria. Dos 80 mil clientes atingidos pelo temporal da última quinta-feira, a concessionária de energia afirma que 93% já estão com o fornecimento normalizado.
Em nota, a empresa afirmou que as equipes continuam trabalhando no conserto da rede elétrica e que protestos e agressões não agilizam o fornecimento do serviço. A AES Sul já registrou 10 boletins de ocorrência de casos de agressão no Estado.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) orienta que, quando a distribuidora não cumprir algum termo previsto pela agência, os consumidores podem registrar reclamação pelo telefone 167 ou pelo site.