Em reunião terminada nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu colocar o pé no freio e manteve, por unanimidade, a taxa Selic em 14,25% ao ano. É a segunda vez seguida que os diretores optam por manter a taxa estável após sete aumentos consecutivos nos juros básicos da economia brasileira.
Os juros seguem no maior nível em nove anos, ou seja, desde julho de 2006. Antes do início deste ciclo de alta, em setembro 2014, a taxa básica de juros da economia estava em 11% ao ano. A decisão de manutenção da taxa, já aguardada por analistas de mercado, acontece em meio à uma forte queda do nível de atividade econômica e à alta do desemprego.
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Ao manter juros elevados, o BC tenta controlar o crédito e o consumo, atuando assim para segurar a inflação, que tem mostrado resistência neste ano. Por outro lado, ao tornar o crédito e o investimento mais caros, os juros elevados prejudicam o crescimento da economia brasileira e, também, a geração de empregos.
Marta Sfredo: para traduzir o Banco Central
A percepção de que os juros seriam mantidos nesta reunião do Copom se consolidou após indicação do próprio Banco Central que em julho informou entender que a manutenção da taxa básica de juros em 14,25% ao ano, por um "período suficientemente prolongado", é necessário para sergurar o avanço de preços.
Na semana passada, em evento do Fundo Monetário Internacional (FMI), no Peru, o presidente do BC, Alexandre Tombini, voltou a dizer que a estratégia da instituição, para a taxa de juros, é de manter o atual nível "por um período suficientemente prolongado" de tempo.
A inflação acumulada entre janeiro e setembro de 2015 já chega a 7,64%. A decisão de manter a taxa básico de juro no atual patamar ocorre no mesmo dia em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o indicador prévio de inflação de outubro mostra maior avanço de preços para o mês desde 2002.