Dois dias depois do temporal que danificou casas e provocou mortes, milhares de casas ainda estão sem luz no Rio Grande do Sul. Segundo os balanços mais recentes das três concessionárias que atuam no Estado, são cerca de 173 mil pontos sem energia elétrica. A maior parte está na área de concessão da AES Sul: 160 mil.
Os municípios mais afetados na área da AES Sul estão na Região Metropolitana e no Interior, como Uruguaiana, São Sepé, Formigueiro, Caçapava do Sul, Jaguari, São Pedro do Sul, Santiago, São Francisco de Assis, Cacequi, Faxinal do Soturno e Agudo. Sete linhas de transmissão que fornecem energia a essas cidades foram derrubadas pela força do vento.
A AES Sul informou que está com cerca de mil equipes trabalhando para recuperar os estragos. No entanto, ainda não há previsão de quando o serviço será normalizado. A CEEE ainda conta 9 mil clientes sem luz, e a RGE é responsável por 4 mil pontos desabastecidos
O Rio Grande do Sul foi castigado entre a noite de quarta-feira e a manhã desta quinta-feira por temporais com estragos como poucas vezes se viu. Três pessoas morreram e 15 ficaram feridas.
Na Capital, o desabamento de uma estrutura de lona e ferros na quadra da escola Imperadores do Samba deixou 11 feridos. Na cidade de Dilermando de Aguiar, a 367 quilômetros de Porto Alegre, quatro pessoas se feriram no desabamento da estrutura montada para uma feira.
A tempestade na Capital, que iluminou o céu com clarões de raios, foi a segunda maior dos últimos sete anos. E o vento atingiu 110 km/h. Em Santa Maria, a chuva destruiu parte do ginásio do Guarany-Atlântico, onde estavam as doações para os atingidos por enchentes no município.
Porto Alegre teve 24 ruas bloqueadas por alagamentos ou quedas de árvore. O vendaval deixou também 700 mil residências sem eletricidade no Estado. Se os alagamentos foram o principal problema nas grandes cidades, em outros pontos a destruição veio mais pelo vento do que pela água. Pelo menos 400 casas foram danificadas por granizo e ventania na madrugada em São Francisco de Paula. Em Parobé, o vento destelhou mais de cem moradias.
Após reunião com o governador José Ivo Sartori e prefeitos realizada em Porto Alegre na manhã desta quinta, o ministro interino da Integração Nacional, Carlos Vieira, garantiu que o governo repassará recursos para ajudar na recuperação dos estragos causados pelo temporal. Somente em estradas e pontes, o Piratini estima serem necessários R$ 10 milhões. O ministro prometeu agilidade.
- Dinheiro não é problema, pois são valores extraorçamentários - assegurou Vieira, que sobrevoou regiões inundadas.
Conforme a Defesa Civil, já passa de 130 mil as pessoas prejudicadas pelo mau tempo no Estado. São mais de 2,3 mil famílias desalojadas e 1,4 mil desabrigadas em 95 municípios. Pelo menos 31 mil residências foram atingidas por temporais. Também de acordo com a Defesa Civil, as cidades mais afetadas são Rio Pardo, Cachoeira do Sul, Nova Santa Rita e São Jerônimo. Também há registros de estragos na Fronteira Oeste, na Serra e na Região Metropolitana.
* Zero Hora