Por onde passou, o temporal que assolou a região na madrugada de quinta-feira provocou inúmeros prejuízos. Pelo menos 13 dos municípios consultados pelo "Diário", exceto Santa Maria, registraram estragos, que ainda estão sendo mensurados. Pelo menos 1.687 imóveis tiveram o telhado danificado ou destruído, 282 postes caíram e 14.050 metros de lona foram distribuídos à população da região. Muitos municípios ficaram incomunicáveis, sem energia e telefone.
Uma das cidades mais atingidas foi Dilermando de Aguiar. 35 casas foram danificadas pelo granizo, e parte da estrutura da principal feira da cidade, a Feicad, foi destruída pelo vento. Três pessoas que estavam no parque de exposições ficaram feridas sem gravidade. Duas foram atendidas no local pelo Samu e liberadas, e uma foi levada ao Pronto-Atendimento com corte no joelho direito. Outras três pessoas limpavam uma lancheria na praça de alimentação no momento em que as estruturas despencaram. Todo o município estava sem luz e sem água até as 20h desta quinta-feira. Seis postes caíram e cerca de 200 metros quadrados de lona foram distribuídos.
Em Cacequi, 400 casas foram destelhadas e quatro escolas tiveram os telhados danificados. De acordo com a Defesa Civil do município, uma família está fora de casa e 120 pessoas estão desalojadas. A cidade ficou 11 horas sem luz, entre as 4h e a tarde desta quinta-feira. 39 postes caíram e cerca de dois mil metros de lona foram distribuídos. A Emater estima que o prejuízo chegou a R$ 5 milhões no campo. Cerca de 100 hectares de parreirais ficaram destruídos, além das plantações de melancia e arroz. Em função dos estragos da ventania, a prefeitura decretou situação de emergência.
Em Itaara, uma propriedade teve o telhado danificado e cerca de 30 famílias ficaram sem luz. Seis postes e 20 árvores caíram. A prefeitura estima um prejuízo de R$ 300 mil em função deste último evento. Em Jaguari, cerca de 500 casas foram atingidas. Há registros de queda de postes em quarteirões inteiros. Na frente da prefeitura, a maioria das árvores da praça Gilson Carlos Reginato caiu. Na BR-287, houve registro de árvores caídas na pista e os trechos ficaram bloqueados até a remoção, no início da tarde.
Ávores da praça Gilson Carlos Reginato que foram arrancadas com a ventania (Foto: Arami Fumaco / Especial)
Em Júlio de Castilhos, entre 30 e 40 casas ficaram destelhadas. Dois mil metros quadrados de lona foram distribuídos. De acordo com o Secretário de Obras do município, Ildo Trevisan, foram contabilizados pelo menos R$ 5 milhões de prejuízo nas plantações de trigo e R$ 2 milhões deverão ser gastos na recuperação de estradas e bueiros.
Em Restinga Seca, 350 casas foram destelhadas e pelo menos 700 residências do interior ficaram sem luz. A AES SUL não tem previsão de restabelecer a energia para as localidades de Guardinha, Jacuí, Estiva e Fazenda do Sobrado, podendo demorar até 10 dias. 700 famílias na cidade ficaram sem água e cerca de 200 postes caíram. 14 rolos de lona já foram distribuídos. Com a chuva da semana passada, os prejuízos chegavam a R$ 8 milhões. Agora, a administração estima que o número passe dos R$ 10 milhões.
Árvores caíram com a força do vento em Restinga Seca (Foto: Ivo Curcino / Jornal Tribuna de Restinga)
Em Santiago, nove casas foram destalhadas. Até as 19h de quinta-feira, a maior parte da cidade estava sem luz e sem água. Três postes caíram e sete árvores desabaram sobre residências. 400 metros quadrados de lona foram distribuídos.
Entre 40 e 50 casas em São Francisco de Assis foram destelhadas. O prédio da prefeitura foi atingido e vários computadores e impressoras estragaram. Até as 20h desta quinta, toda a cidade estava sem luz. A AES Sul deu um prazo de 72 horas para normalizar a energia. Além disso, a população também estava sem água. Há relatos de vários postes caídos e mais de 30 árvores foram ao chão. Mais de 400 metros quadrados de lona foram distribuídos. O prefeito Horácio Brasil assinou, na manhã de quinta, o decreto de situação de emergência em função dos estragos.
Em São Gabriel, 97 casas foram destelhadas. De acordo com a Defesa Civil, as localidades de Vista Alegre, Madre Terra, Sodré e Lagoão foram as mais atingidas pelo granizo. Em São Martinho da Serra, entre 10 e 15 casas destelhadas. As localidades de Rincão dos Trindades e Val de Serra foram as mais atingidas. Todo o município ficou sem luz e a água estava acabando. Além disso, a população estava sem internet e algumas operadoras de celular estavam fora de área. Cerca de 20 postes caíram e 50 metros quadrados de lona foram distribuídos. A prefeitura calcula prejuízo de aproximadamente R$ 600 mil na lavoura de trigo.
Em São Sepé, cerca de 170 casas foram destelhadas (150 na Vila Block e mais 20 no Passo dos Brum e Ipê, no distrito de Jazidas). Seis torres de transmissão caíram entre Santa Maria e São Sepé. Em função disso, toda a cidade ficou sem luz. Mais de 100 árvores e alguns postes caíram. Foram distribuídas cerca de nove mil metros quadrados de lona entre a noite de quarta e a quinta-feira.
Em Silveira Martins, cinco casas foram destelhadas. Faltou luz na manhã de quinta, mas a energia foi restabelecida à tarde e seis árvores caíram. No campo, há prejuízos nas lavouras de trigo, aveia e azevém, o que atrasa o plantio da soja.
Em Tupanciretã, 40 residências foram atingidas e três destelhadas. Dois postes caíram e algumas árvores se quebraram.