Um bate boca marcou a sessão plenária da Câmara dos Deputados na noite desta quarta-feira. Os deputados federais João Rodrigues (PSD-SC) e Jean Wyllys (PSOL-RJ) discutiram, a partir de posicionamentos contrários a respeito da proposta que altera o Estatuto do Desarmamento, aprovada em comissão especial da Câmara.
Na tarde desta quinta-feira, o Diário Catarinense procurou os deputados para falar sobre o episódio. Leia abaixo a conversa com o catarinense João Rodrigues:
Jean Wyllys: "Ele não está acostumado ao ambiente democrático"
Como o senhor avalia aquela situação tensa em plenário?
João Rodrigues - Eu estava defendendo uma posição que eu acredito. Ele, ao reagir à posição dos deputados que defendem o estatuto da defesa, partiu para para o ataque pessoal. Por isso que eu acabei indo para a tribuna mencionar o comportamento dele. Acho que o parlamento e o deputado que defende uma tese precisa ter posição. Com a mesma tranquilidade, manteria a posição se fosse hoje.
Mesmo com termos como "escória" e aquela veemência toda?
Rodrigues - A escória eu acabei tirando no momento do discurso, abri um parêntese, porque realmente era um pouco pesado.
O clima político está tenso em Brasília. O senhor acha que continua assim?
Rodrigues - Existem parlamentes que têm posições ideológicas que a gente respeita, mas eles não respeitam as dos outros, querem que seja do jeito deles. Acho que o clima nesta legislatura é pesado porque nunca antes teve uma bancada tão grande que vota junto e não concorda com tudo, como a nossa bancada. Nosso grupo político tem mais de 100 deputados e é muito coeso. É um grupo que defende a redução da maioridade penal, o armamento como direito à defesa, com critérios e reparos que precisam ser feitos em plenário. Este deputado Jean Wyllys, pessoal do PSOL, esses pseudointelectuais, eles sempre dominaram o parlamento através de entidades, de ONGs, mas isso acabou. Eles não tem mais essa força. Acredito que o clima vai ficar assim, a corda esticada até o final da legislatura.
O senhor considera um grupo conservador este que o senhor integra?
Rodrigues - Eu considero que defende os interesses do povo brasileiro e que pela primeira vez assume a responsabilidade de dar a cara para bater. Não se esconde atrás de ninguém. Um grupo coeso e que fala de acordo com o sentimento da maioria da população brasileira.