Se todo o banco de projetos de energia existente no Rio Grande do Sul se concretizasse, o Estado poderia alcançar a autossuficiência em 2019. A conclusão é do Fórum de Infraestrutura e Logística da Agenda 2020, a partir da lista de usinas planejadas em suas mais diferentes fases, desde as que já passaram por leilão, empreendimentos à espera de licenças e que estão em fase mais embrionária de desenvolvimento.
O cenário foi apresentado nesta terça-feira em reunião conjunta com o Conselho de Infraestrutura (Coinfra) da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), baseado nos dados coletados na Sinaleira 2020, ferramenta criada para reunir e avaliar a evolução dos indicadores do Estado em 11 áreas - como educação, saúde, segurança, desenvolvimento econômico e gestão pública (veja quadro abaixo).
Entre 2006 e 2013, por exemplo, enquanto o consumo de energia no Estado cresceu 30%, a geração própria subiu 80%.
- A ideia é ter, em um único local, de maneira organizada, os indicadores e as metas que precisamos alcançar. Nossa intenção é que a sociedade possa acompanhar a evolução dos indicadores do Estado - explica o diretor-executivo da Agenda 2020, Ronald Krummenauer.
Levantamento abrangerá as 50 maiores cidades
Como em uma sinaleira de trânsito, com a ajuda de textos e gráficos, a ferramenta apresenta em cores os indicadores em que o Estado está mal (vermelho), os em que precisa prestar mais atenção (amarelo) e os em que o Rio Grande do Sul tem um bom desempenho (verde).
No caso da energia, o Rio Grande do Sul produz apenas 30% da energia que consome, lembra Paulo Menzel, vice-coordenador do Fórum de Infraestrutura e Logística da Agenda 2020. Menzel acrescenta que, tecnicamente, seria viável chegar à autossuficiência, mas os entraves burocráticos obrigam a traçar um cenário mais realista.
- Se conseguirmos chegar a 2019 com 50%, já seria um belo número. O Rio Grande do Sul é o único Estado que reúne condições para gerar energia de todo o tipo: hídrica, eólica, carvão, biomassa e solar - diz Menzel.
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O passo seguinte da Agenda 2020 no projeto Sinaleira é ter, no próximo ano, levantamento semelhante com os indicadores das 50 maiores cidades gaúchas. A intenção seria contribuir para a discussão nas eleições municipais de 2016.
Os indicadores do Estado já disponíveis podem ser conferidos no site agenda2020.com.br/sinaleira.