A Polícia Civil gaúcha, com a colaboração de policiais uruguaios, realiza, nesta segunda-feira, uma operação na Fronteira Oeste e no Uruguai para combater o tráfico internacional de armas, munição e explosivos. O esquema de contrabando era coordenado por um detento do Presídio Central. As informações são do blog Caso de Polícia.
Natural de Santana do Livramento, o preso, com a ajuda de familiares, abastecia quadrilhas de assaltantes de carros, bancos e blindados e traficantes na Região Metropolitana. O grupo também atuava no tráfico de drogas. O suspeito, que não teve o nome divulgado, responde pelos homicídios de dois policiais uruguaios e pela tentativa de assassinato de um policial gaúcho.
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Cerca de 80 pessoas participavam da organização criminosa. Além do detento, o pai dele (que está preso no Uruguai), a mãe e a esposa atuavam no esquema. A quadrilha se dividia em dois grupos: o de drogas e o de armas. A quadrilha também agia de dentro dos presídios de Uruguaiana, Santana do Livramento, Dom Pedrito, Charqueadas e da Penitenciária Estadual do Jacuí.
A organização usava a BR-290 como rota para transportar as armas para a Região Metropolitana - da onde levava drogas para a Fronteira Oeste. Segundo o delegado da Divisão de Assessoramento Especial do Departamento de Polícia do Interior (DPI) Eduardo Finn, os criminosos usavam carros e ônibus de linha.
- Pessoas sem antecedentes criminais e até adolescentes eram usados como mulas - diz o delegado.
Foram cumpridos 85 mandados judiciais (22 de prisão preventiva no Estado e quatro de prisão no país vizinho, 48 de busca e 11 de condução para depoimento). Mais de 230 agentes participam da ação, que ocorre em Rivera, no Uruguai, e nos municípios gaúchos de Santana do Livramento, Rosário do Sul e Uruguaiana, na Fronteira Oeste. Na Região Metropolitana, também são cumpridos mandatos em Porto Alegre, Viamão, Canoas e Alvorada. A investigação começou após assassinatos ocorridos em dezembro de 2013 em Santana do Livramento e Rivera. Na ocasião, foi desencadeada a primeira fase da ação, denominada Operação Queima de Arquivo. Em 2014, ocorreu a segunda etapa, chamada de Operação Rescaldo. Desde então, 29 pessoas foram presas e três adolescentes apreendidos. Mais de 70 já foram indiciados pelos crimes.
A investigação teve sequência após o aumento na apreensão de armas vindas do Uruguai com criminosos na Região Metropolitana - inclusive, armamento de uso restrito das Forças Armadas. Já foram apreendidos munição, oito carregadores, 16 armas, cinco bananas de dinamite sem cordel, 24 quilos de drogas e R$ 20 mil em dinheiro. A terceira fase da investigação, desencadeada nesta segunda-feira, foi chamada de Operação Cerebrus.
* Rádio Gaúcha