As quase 4 mil famílias flageladas pelos vendavais e enchentes registrados nos últimos dias no Estado já começaram a receber ajuda oficial. Nada de dinheiro, mas bens de primeira necessidade: produtos de higiene, limpeza, alimentação e material para reconstrução.
A União autorizou quarta-feira o governo estadual a retirar, de um depósito em Montenegro, 5 mil kits humanitários para distribuição imediata. Outros 16 mil estavam previstos para serem providenciados até este sábado, no valor de R$ 1,2 milhão. A prioridade é para as 1.517 famílias desabrigadas (que ficaram sem casa) e 2.431 desalojadas (abrigadas temporariamente em casas de familiares ou amigos). São cerca de 16 mil pessoas que necessitam de tudo que é mais básico e para elas será canalizada ajuda oficial.
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Mas é quase 10 vezes maior o número de gaúchos atingidos pelos efeitos de enchetes e tempestades: são 132 mil pessoas, segundo a Defesa Civil estadual. O cálculo engloba moradores de cem municípios atingidos por intempéries desde 7 de outubro. Mais da metade sofreu transtornos na madrugada da última quinta-feira.
Municípios em situação de emergência têm prioridade para receber ajuda. Já são 30 no Rio Grande do Sul - 26 que tiveram a situação homologada por decreto coletivo do governo estadual e quatro que fizeram decretos individuais e também tiveram sua situação reconhecida. Outros 10 tentaram e não tiveram a emergência homologada: o índice de danos era inferior ao que determina a legislação. A União também já reconheceu a emergência, em rito sumário (rapidíssimo).
Repasse de dinheiro depende de projetos
Os kit de emergência da União e do Estado vão prioritariamente para municípios em emergência. Os atingidos pelo desastre em menor intensidade estão recebendo donativos privados, sobretudo recolhidos pela Campanha do Agasalho.
O governo federal ainda prometeu disponibilizar pelo menos R$ 10 milhões aos municípios, para reconstrução de estradas. Os recursos estão condicionados ao envio de um plano de trabalho detalhado, diz o ministro interino da Integração Nacional, Carlos Vieira, que conferiu na quinta-feira os estragos em território gaúcho. Ele também ofereceu auxílio financeiro imediato para compra de materiais:
- Normalmente, o recurso é disponibilizado em até 72 horas após o ministério receber a solicitação - afirma Vieira.
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O coordenador da Defesa Civil estadual, tenente-coronel da Brigada Militar Alexandre Martins, diz que a ajuda se materializa de forma mais ágil do que se imagina.
- Os primeiros kits de emergência foram liberados pela União mediante um telefonema. Orientamos os prefeitos sobre como preencher os formulários de emergência e isso agiliza.
* Zero Hora