Depois da chuva de granizo que atingiu municípios da Região Central, a quinta-feira foi de reconstrução em muitas áreas atingidas. Uma das cidades mais castigados foi Itaara, onde o granizo danificou mais de 300 casas. As informações são de Wilson Lucca, vice-prefeito e coordenador da defesa civil do município.
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A quantidade de lona que havia na cidade acabou em poucas horas e a prefeitura buscava comprar mais em cidades vizinhas. No ginásio Pinto Ribas, a população se cadastrava para esperar por lonas.
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Eram quase 23h de quarta-feira quando Lúcia Mariza Corrêa, 64 anos, dona de casa e o marido Ivan Chamorra Fernandes, 50, motorista, acordaram com o barulho do granizo. Eles moram em Vila Etelvina, uma das regiões onde houve mais estragos.
Os granizos (que chegavam ao tamanho de uma laranja) danificaram o telhado da maior parte da casa. Com isso, eles foram obrigados a levar o colchão para um canto da cozinha, única parte da casa onde não houve alagamento.
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- Eu achei que a casa inteira ia desmanchar, ia cair. Nunca vi uma chuva como essa - conta Mariza.
No mesmo horário e no mesmo bairro, a dona de casa Aline Rodrigues e o pedreiro Marcelo Laia tentavam acalmar os quatro filhos.
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- Eles ficaram assustados, não paravam de chorar - conta Aline.
Na manhã de quinta-feira o casal aproveitou a hora em que a chuva parou para arrumar o telhado, cheio de furos provocados pelo granizo. Eles ganharam lona de amigos para improvisar o conserto.
No Centro da cidade, a dona de casa Julieta Vasconcellos, 52, e a mãe dela, Ana Pereira dos Santos, 85, se concentravam em uma cama, único trecho da casa que não havia sido molhado pela chuva.
- Essa chuva é de chorar! Mas o que se faz nessa hora? A gente senta na cama e começa a rezar, para que nada de ruim nos aconteça - conta Ana.
Clique nos pontos do mapa para ver o quanto choveu em cada município:
Na casa de Fabiana Marques, 27, e Gilberto Marafiga, 27, no Parque Serrano, depois do granizo, a água invadiu a casa deles e destruiu a cozinha. A parede foi levada inteira, assim como objetos e roupas dos três filhos de 9, 6 e 2 anos.
- Na hora da chuva a minha mulher foi sair de casa e não conseguiu. As nossas coisas desceram campo a fora - disse Gilberto.
Por causa dos estragos, o prefeito de Itaara, Rony Carnielatto, disse que deve decretar situação de emergência assim que tiver a documentação necessária em mãos. Na semana que vem, eles vão começar a agendar visitas para tentar dar telhas aos moradores.
Quem precisar de ajuda, ou quiser ajudar alguém que mora em Itaara e foi atingido pela chuva pode entrar em contato pelos telefones (55) 9623-1328 (plantão da Assistência Social) ou com a prefeitura (55) 3227-1122.