Uma das medidas de contenção de gastos anunciadas pelo governo federal nesta segunda-feira, a suspensão de concursos públicos pretende economizar R$ 1,5 bilhão no ano que vem ao cortar o preenchimento de vagas no Executivo, no Legislativo e no Judiciário.
Segundo o gerente do Unificado Concursos, Sérgio Cabrera, duas seleções previstas para 2016 eram mais aguardadas por candidatos a um lugar no setor público: para a Receita Federal e o Ministério do Trabalho e Emprego. Cargos de nível superior deveriam alcançar salários ao redor de R$ 15 mil.
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- Esses concursos representam o maior impacto porque abrangem todo o país e deveriam contar com cerca de mil vagas cada um - sustenta Cabrera.
O secretário-geral-adjunto do Sindicato dos Servidores Federais do RS, Marcolino Antunes de Oliveira, afirma que a suspensão é danosa por "precarizar o trabalho" no serviço público.
- Para quem deseja um serviço público de qualidade, a medida é muito ruim e segue uma tendência de terceirização e precarização das condições de trabalho - sustenta Oliveira.
O adiamento dos concursos faz parte de um pacote de economia que inclui ainda o congelamento do reajuste a servidores, redução dos gastos administrativos e cortes em áreas como saúde, PAC e o programa Minha Casa, Minha Vida. Além disso, o governo pretende aumentar suas receitas recriando impostos como a CPMF.
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, acrescentou que a suspensão dos processos de seleção será implementada por meio de uma alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias, em discussão no Congresso.
*Zero Hora