Assim como os professores haviam anunciado na semana passada, os servidores da segurança pública decidiram, nesta segunda-feira, manter a greve até a próxima sexta-feira, data em que está previsto o pagamento da segunda parcela do salário do funcionalismo estadual.
Mais do que retomar a paralisação a partir de terça-feira, o acordo feito por representantes sindicais de trabalhadores da Brigada Militar, da Polícia Civil, do Instituto-Geral de Perícias (IGP) e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) prevê união das categorias da segurança para intensificar as mobilizações.
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Nos próximos dias, além da manutenção da operação-padrão dos serviços, estão previstos novos bloqueios em quartéis da Brigada Militar e protestos nas ruas.
- Nossa indignação está maior pela falta de reação do governo com relação ao aumento da violência. O fato de Sartori achar isso normal, para nós, foi um escândalo. Pessoas morrendo, pessoas linchadas, pessoas executadas, é quase uma epidemia, e ele acha normal, isso é horrorizante, e não tomam atitude - apontou o presidente do sindicato que representa inspetores, escrivães e investigadores da Polícia Civil (Ugeirm), Isaac Ortiz.
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Ainda conforme ele, a "culpa" do suposto aumento da violência não é da paralisação, mas da "falta de reação do governo".
A partir da manhã de terça-feira, os servidores da segurança participarão de um acampamento que deve ser montado em frente ao Palácio Piratini por todas as 44 categorias que integram o Movimento Unificado do funcionalismo.
Presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos no Estado (Fessergs), Sérgio Arnoud diz que as demais categorias mantêm a chamada operação-padrão "fazendo somente aquilo que está estritamente dentro da lei". Podem haver, também, turnos de paralisações.
- A mobilização se intensifica nesta semana porque começam a entrar em votação (na Assembleia Legislativa) projetos que avaliamos que prejudicam os serviços e os servidores públicos - diz Arnoud.
O presidente da Fessergs se refere aos 12 projetos encaminhados pelo Piratini que, a partir de terça-feira, começam a trancar a pauta da Assembleia, já que tramitam em regime de urgência. Entre eles, está a criação da previdência complementar para servidores públicos de todos os poderes e órgãos estaduais e a extinção da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde.
Veja como fica a segurança pública a partir de terça-feira:
Brigada Militar: como não podem fazer greve, os soldados prometem intensificar a operação-padrão, ampliando a fiscalização de equipamentos, armamento e viaturas, trabalhando apenas com aquilo que estiver dentro da legalidade, e a fiscalização de prédios e veículos públicos. Além disso, as mulheres dos brigadianos devem voltar a bloquear quarteis estratégicos, sem revelar quais, em todo o Estado.
Polícia Civil: inspetores, escrivães e investigadores da Polícia Civil vão paralisar as atividades, atendendo apenas casos graves, como homicídios e estupros. Crimes como furto deverão ser registrados na internet. Além disso, os agentes prometem realizar protestos em todo o Estado, em conjunto com outras categorias.
Susepe: os agentes penitenciários prometem manter apenas 30% do efetivo nos presídios e no transporte de presos, interferindo principalmente no comparecimento de detentos a audiências e julgamentos, e nas escolta hospitalar e transferências. Protestos nas cadeias também estão previstos.