O governador José Ivo Sartori afirmou nesta quarta-feira que a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul foi ultrajada na terça-feira. Ele se referiu à postura dos servidores e representantes de sindicatos que obstruíram todos os acessos ao prédio do Poder Legislativo durante mais de sete horas.
- O Parlamento, depois de 180 anos, foi ultrajado - avaliou o governador, ao defender a manutenção da urgência no projeto que prevê mudanças na previdência dos servidores.
- Devo dizer que, acima de tudo, depois do que ocorreu no dia de ontem, se eu tomasse outra atitude que não essa, eu estaria afrontando o parlamento como ele foi afrontado no dia de ontem.
Em manifestação no Palácio Piratini, Sartori reafirmou que não vai retirar o regime de urgência que incide sobre o projeto que institui um novo sistema de previdência para futuros servidores. O texto é o principal ponto de polêmica com as categorias do funcionalismo e deve ser votado em sessão fechada nesta quarta-feira.
- Nós adotamos a medida de não retirar o regime de urgência - garantiu. - (A medida) é a favor dos servidores do Rio Grande do Sul pelo seu futuro. Não queremos mais que o Rio Grande tenha amanhã ou depois o mesmo constrangimento de parcelar ou de atrasar salários. O Rio Grande do Sul tem um folha de pagamento de 54% de aposentados. O segundo estado tem 27%, que é o estado de São Paulo. Essa é a realidade. Nós temos 1,2 inativos para um em atividade.
Após reuniões entre líderes partidários, o presidente da Assembleia Legislativa, Edson Brum, definiu que a votação dos projetos que compõem o ajuste fiscal gaúcho vai ser realizada nesta quarta-feira. A sessão será realizada a portas fechadas, ou seja, sem a presença dos servidores nas galerias.
Ao todo, dez matérias estão aptas para a votação. Entre elas: aquelas que extinguem a Fundação Estadual de Proteção e Pesquisa em Saúde (Fepps) e a Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul (Funders), e também aquela que cria o regime complementar de previdência para futuros servidores. Neste último, os futuros servidores estaduais passariam a obedecer um texto máximo para a aposentadoria, como é aplicado hoje aos trabalhadores da iniciativa privada.
*Zero Hora e Rádio Gaúcha