Duzentos e vinte imigrantes foram resgatados na tarde dessa sexta-feira (4), no Mar Mediterrâneo, pela corveta Barroso da Marinha do Brasil, segundo informou o Ministério da Defesa em nota publicada em seu site. O navio brasileiro navegava com destino a Beirute, no Líbano, quando recebeu um alerta do Centro de Busca e Salvamento Marítimo italiano sobre a existência de uma embarcação com risco de afundar, tendo a bordo imigrantes que iam para a Europa.
Ao site G1, o comandante da embarcação, Alexandre Amendoeira Nunes, disse que os imigrantes estavam havia dois dias sem comer. O barco em que estavam tem dois andares, é feito de madeira e levava 350 tripulantes, apesar de ter capacidade para apenas 80.
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- Os tripulantes estavam em dificuldades, o combustível estava acabando e estavam com pouca comida. Como o peso estava mal distribuído, a embarcação estava adernada de lado já. Pelo que nos relataram, não havia um local específico de destino, buscavam qualquer local que pudessem desembarcar em solo italiano - explicou o oficial brasileiro, em entrevista ao G1.
Ao Jornal Hoje, o comandante também relatou como foram os momentos posteriores ao resgate:
- Pela manhã, após servirmos um café da manhã, eles começaram a interagir mais com a nossa tripulação, a efetuar brincadeiras e se sentiram muito agradecidos com o fato de um navio brasileiro ter os resgatado. Me sinto apenas um cidadão, um servidor da Marinha do Brasil. Sinto muito orgulho do que faço perante o Brasil. Nada de heroísmo, apenas a nossa função de salvaguarda da vida no mar, como somos treinados desde os bancos escolares.
Segundo o ministério, o pedido de auxílio ocorreu às 13h30min (horário de Brasília). O centro de busca italiano solicitou ao navio brasileiro que se aproximasse da posição da embarcação, que estava a cerca de 150 milhas da terra mais próxima, Peloponeso, Grécia. A corveta Barroso chegou ao local após uma hora de navegação. O ministro da Defesa, Jaques Wagner, foi informado dos detalhes da operação, pelo comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, e falou sobre a operação de resgate.
- O navio estava indo para o Líbano e acabou cumprindo outra missão humanitária, que é o resgate de refugiados, hoje uma preocupação que aflige o mundo inteiro. Foram salvas 220 vidas e evitamos outras mortes como a daquela criança síria que chocou o mundo - disse o ministro Wagner.
Entre as pessoas regatadas estavam 94 mulheres, 37 crianças e quatro bebês de colo (muitos deles debilitados). De acordo com a nota do Ministério da Defesa, dois navios-patrulha italianos participaram da ação, mas, tendo em vista a impossibilidade de receberem os imigrantes a bordo, a Guarda Costeira italiana solicitou o apoio dos brasileiros para fazer o resgate e levá-los para o porto italiano de Catânia.
A corveta Barroso saiu do Rio de Janeiro no dia 8 de agosto para substituir a fragata União na Força-Tarefa Marítima das Nações Unidas (FTM-Unifil), no Líbano. Ela vai atuar, ainda este mês, como nau-capitânia da missão e fazer tarefas de interdição marítima e capacitação da Marinha libanesa. O Brasil comanda a FTM-Unifil desde 2011.
*Com Agência Brasil