O motorista que se envolveu no acidente que resultou na morte de duas pessoas na noite da última sexta-feira em Santiago, se apresentou à Polícia Civil da cidade na noite de sábado, um dia depois do fato.
José Onório Fortes da Silva, 56 anos, chegou à Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) acompanhado do advogado Diego Zuliani, usou o direito de ficar em silêncio. O "Diário" não conseguiu localizar o advogado neste domingo.
A apresentação ocorreu mais de 24 horas após o acidente, ou seja, não houve flagrante e o condutor foi liberado. O delegado plantonista Guilherme Milan Antunes não quis falar sobre o caso neste domingo (não falar com a imprensa é uma das medidas adotadas pela Polícia Civil como protesto pelo parcelamento dos salários dos servidores estaduais).
Segundo a Polícia Rodoviária Federal de Santiago que atendeu a ocorrência na noite de sexta, Silva conduzia uma Ecosport, com placas de Santiago, pela BR-287, sentido São Borja-Santiago, quando teria invadido a pista contrária, onde trafegava uma moto com dois passageiros. A colisão ocorreu na altura do Km 399,8 perto do trevo de acesso a Santiago. Na tentativa de evitar a batida, a motocicleta teria desviado para a pista ao lado, movimento que o motorista da caminhonete também teria feito. Com isso, os veículos bateram de frente na pista São Borja-Santiago.
Após a colisão, Silva fugiu deixando a caminhonete no local e sem prestar socorro às vítimas - Julio Cesar Floriano Costa, 55, que conduzia a moto, e Carlos Alberto Dorneles Campos, de 42, que estava na carona - que morreram no local. Os policiais encontraram uma garrafa de cachaça dentro da cominhonete.
Costa foi sepultado na manhã de domingo no Cemitério Municipal de Santiago. Ele era bombeiro aposentado e, atualmente, atuava como mototaxista. Segundo o irmão, Alberto Borba Costa Júnior, 57, na noite do acidente, Costa tinha ido até a fazenda onde Campos (caroneiro e sobrinho de Costa e que estava na carona) trabalhava, no interior do município, para buscá-lo. Ele levaria o sobrinho até a Vila Ana Bonato, onde Campos morava. Ainda conforme Junior, Costa era casado, tem duas filhas.
Já Campos, foi enterrado na tarde de sábado, no mesmo cemitério. Conforme a companheira, Andreia Fernandes, 42, Campos era capataz. O casal tem dois filhos. Ele Ficava na estância durante a semana e vinha de telemoto para casa, nos finais de semana. Naquela noite, ligou para Andreia, às 18h15min e pediu que ela acionasse o tio para buscá-lo.
- Achei demora dele chegar e liguei às 19h, só chamava e ele não atendia. Liguei para o tio dele (Costa) e nem chamava. Desconfiei que tinha acontecido alguma coisa - contou Andreia.
A companheira conta que Campos gostava de laçar em rodeios e de ir a bailes com ela, com quem vivia há 26 anos.