Desenvolvi um teste caseiro para determinar a diferença entre direita e esquerda. O experimento consiste em uma única pergunta: como você se posicionaria se seu país decidisse receber mais refugiados?
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A direita, invariavelmente, se posicionará contra a ideia, com variados graus de ênfase ou condicionando uma resposta positiva a um rosário de "se": se outros países também fizerem a sua parte, se os refugiados forem arianos e torcedores do Barcelona, se mostrarem conhecimento da língua nacional (a ex-governadora do Alasca Sarah Palin acha que os migrantes têm de falar "americano").
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A esquerda, por sua vez, dirá que refugiados são bem-vindos e que o benefício da acolhida para todos será infinitamente maior que privações ou embaraços a serem porventura criados pela sua chegada.
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Espíritos meticulosos considerarão o procedimento insuficiente. De minha parte, não acredito que descobrir se alguém é de direita ou de esquerda exija uma prova ao estilo Enem ou Enade. E, mesmo ainda não tendo aplicado o teste - afinal, acabei de criá-lo -, arrisco-me a baralhar algumas hipóteses.
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Creio, por exemplo, com razoável grau de segurança, que o indivíduo que decepou a mão de uma moradora de rua em Porto Alegre é de direita. A jovem alemã que distribui praetzels aos sírios numa cidade bávara é de esquerda. Quem agride frentista haitiano é de direita. O papa Francisco é de esquerda. E assim por diante.
Faça o teste. Funciona.
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