Representantes dos sindicatos da área da segurança pública decidiram encerrar nesta sexta-feira a paralisação que era realizada desde o dia 31 de agosto no Rio Grande do Sul. Porém, na prática, os serviços à população seguem restritos. A Brigada Militar continua em operação-padrão, a Polícia Civil não fará grandes operações e investigações fora do expediente, e os concursados do Instituto-Geral de Perícias (IGP) prometem não estender o trabalho para colocar em dia as perícias atrasadas. Na última quinta-feira, o governo depositou R$ 800 nas contas, a segunda parcela de agosto.
- Não lutamos apenas pelo salário, até porque ele não foi pago integralmente, como também pela derrubada dos projetos que estão na Assembleia para prejudicar os brigadianos. Estamos mobilizados. Muitos policiais procuram acompanhamento psicológico porque não estão conseguindo sobreviver com R$ 1,4 mil. Só voltaremos à normalidade com salários integrais e derrubada dos projetos - garante Leonel Lucas, da Abamf, entidade que representa os servidores médios da BM.
Segundo ele, há problemas em viaturas e equipes principalmente na zona norte de Porto Alegre. Na próxima terça-feira, o movimento unificado do funcionalismo - que reúne 43 sindicatos - convoca uma nova mobilização para avaliar os rumos da mobilização. Outra ação semelhante está programada para o dia 22 de setembro. Os servidores devem aguardar a discussão dos projetos encaminhados pelo Executivo à Assembleia para o ajuste fiscal que, de acordo com eles, tiram direitos dos trabalhadores.
- Entendemos que a situação continua muito grave no Estado. Sabemos que a insegurança preocupa toda a população, mas não será simplesmente com nossa volta ao trabalho que o combate à criminalidade se normaliza. O crime só explodiu porque o governo José Ivo Sartori não prioriza a segurança pública, esse é o ponto principal - argumenta o presidente do sindicato dos inspetores, escrivães e investigadores da Polícia Civil (Ugeirm), Isaac Ortiz.
Conforme ele, o fim da greve na Polícia Civil está marcado para as 18h desta sexta-feira. Todas as ocorrências voltarão a ser atendidas, e não somente as mais graves, como vinha acontecendo desde então. Os delegados não aderiram à greve, mas deram suporte à decisão, e dizem estar "em alerta". Na próxima quinta-feira, eles se reúnem para analisar a situação da categoria.
Na semana que vem, a tendência, para a sindicalista Adriana Nunes Wolffenbüttel, do Sindiperícias, é a intensificação do movimento grevista caso a Assembleia indique o avanço dos projetos de ajuste fiscal propostos pelo governo Sartori:
- É uma semana decisiva e estamos fechados em nossas decisões.