O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a defender nesta sexta-feira que seu partido rompa com o governo da presidente Dilma Rousseff. Ele é contra a indicação de nomes da sigla para a reforma ministerial que vem sendo negociada desde a semana passada.
- Só não vou participar (das conversas sobre reforma) como eu não quero que o PMDB participe - disse, após deixar evento do grupo Lide, em Goiânia.
- A minha posição é muito clara, pública. Eu defendo que o PMDB saia do governo - concluiu.
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Cunha lembrou que já foi convocado, para novembro, um congresso para definir o futuro do partido.
- Acho até que deveríamos fazer uma convenção nacional - afirmou o deputado.
Apesar de manter sua fala oposicionista, Cunha aumentou o número de conversas com a presidente nos últimos dias. Na segunda-feira, os dois se falaram por telefone. Dilma o consultou sobre a reforma ministerial. Cunha considerou o gesto da presidente "uma gentileza", mas preferiu não dar opinião sobre o assunto.
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Oficialmente, os líderes das bancadas do PMDB, Eunício Oliveira (Senado) e Leonardo Picciani (Câmara), foram escalados para tratar da reforma com Dilma. Nos bastidores, no entanto, toda a cúpula tem influenciado nas escolhas. Dois indicados por Picciani para o Ministério da Saúde são aliados de Cunha: Celso Pansera (RJ) e Manoel Júnior (PB). Até agora, Dilma ofereceu cinco pastas para o partido - duas para a Câmara, duas para o Senado e uma para o vice-presidente. As negociações, porém, emperraram por divergências no partido.
*Estadão Conteúdo