O ministro da Defesa, Jacques Wagner, disse nesta quarta-feira que, mesmo que seja convidado e assuma a Casa Civil da Presidência da República, o trabalho de articulador político do governo deve continuar com o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini.
- Acho que é isso que a presidente [Dilma Rousseff] está buscando: a negociação política, não só com as duas Casas [do Congresso Nacional], mas com os governadores, estar a cargo do ministro Berzoini - disse Wagner, cotado para assumir a chefia da Casa Civil no lugar do atual ministro Aloízio Mercadante.
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Wagner explicou que não trabalha na condução da reforma administrativa e que o papel de ministro da Casa Civil é outro.
- Eu vivi como articulador político quando a presidenta Dilma estava na Casa Civil e não houve nenhum tipo de esbarrão. Cada qual tinha sua missão, e na época o presidente Lula foi muito claro quanto a isso.
Segundo Wagner, a Casa Civil tem a obrigação de normatizar e auxiliar na condução de programas prioritários, negociando, sim, com partidos da base e da oposição para facilitar as votações no Congresso. A articulação política tem uma função diferenciada, ressaltou.
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O ministro disse, porém, que ainda não foi convidado formalmente, mas pode contribuir com sua boa relação com o Congresso.
- Eu tenho essa fama de ser adepto do diálogo. As pessoas acham que há dificuldades nessa área e que eu possa contribuir. Mas não acredito que alguém seja o solucionador isolado, isso não existe. É um trabalho de equipe, comandado pela presidenta da República - afirmou Wagner.
Ele destacou que tem uma boa relação com as lideranças do PMDB, um dos partidos da base aliada ao governo.
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No comando do Ministério da Defesa, Wagner disse que sempre tenta ajudar no projeto de governo.
- São ministérios [Defesa e Casa Civil] igualmente importantes. As Forças Armadas são instituições centenárias. Não vou negar, se for formalizado o convite, vou cumprir minha missão, mas deixo a pasta com tristeza porque eu vislumbrava uma caminhada ainda com muita coisa a melhorar - disse o ministro.
*Agência Brasil