Desde o último sábado, o largo do Planetário da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) é palco de atividades referentes a cultura gaúcha. Todos os dias, prendas e peões das entidades tradicionalistas da cidade se revezam em uma missão muito importante: a guarda da Chama Crioula. A rotina, que será mantida até o próximo domingo, quando se encerram os festejos farroupilhas, também é marcada por atividades artísticas e culturais.
Distribuição da Chama Crioula marca a abertura da Semana Farroupilha em Santa Maria
A cada dia, de cinco a seis entidades dividem a ronda da Chama Crioula. Em pares, trios ou grupos, os tradicionalistas ficam ao redor do fogo, símbolo máximo dos festejos farroupilhas. Por mais que tenham outras atividades, a guarda é um dever. Pela primeira vez, a estudante Emili Castro, 16 anos, do CTG Estância do Jarau, participa da atividade:
_ Eu posso ter aula ou qualquer outra atividade, mas eu prefiro estar sempre no CTG ou participando das atividades. É o amor pela cultura, dou tudo pela minha entidade.
Vai ter baile e muita comida gaudéria nas entidades tradicionalistas de Santa Maria
Sentimento compartilhado por Jorge de Freitas Albernais, 29 anos, promotor de merchandising e integrante do DT Timbaúva. Albernais, que desde os 6 anos se envolve com a cultura gaúcha, também acha importante a participação nos festejos farroupilhas.
_ É importante seguir cultivando a tradição. Já participei de competições de laço, fui Guri Farroupilha. Eu gosto desse ambiente _ afirma o rapaz.
Na UFSM, além da guarda, as entidades ficam com a missão de promover apresentações artísticas. Na tarde desta terça-feira, o CTG Passo dos Ferreiros, com o grupo de música Resgatando a Cultura, foram os responsáveis pela animação da tarde.
De acordo com o coordenador da 13ª Região Tradicionalista (RT), Ildo Wagner, a ronda da Chama Crioula e as atividades promovidas pretendem divulgar a tradição gaúcha, além de promover a integração das entidades.
_ Queremos entrosar a comunidade acadêmica com a cultura gaúcha, já que muitos não têm essa aproximação, pois, às vezes, falta oportunidades. Fazer as atividades aqui é uma forma dos estudantes conhecerem essa cultura, além de poder propor uma harmonia entre as entidades, já que muitas vezes o pessoal nem se conhece e, assim, eles dividem os conhecimentos _ afirma Ildo.
Até domingo as entidades farão a ronda. Durante o dia, geralmente às 10h30min e às 16h, acontecem as atividades artísticas e culturais, como música e dança tradicionalista, declamação, chula e outras apresentações no Largo do Planetário.