Balela. O Rio Grande do Sul não perdeu poder político em Brasília. Ao contrário. Nunca tantos gaúchos ocuparam posições tão importantes. Nem no tempo de Getúlio Vargas.
É só conferir na lista abaixo. E olha que nela não está a presidente Dilma Rousseff, que nasceu em Minas, mas mora desde muito em Porto Alegre. Nem os ministros gaúchos do STJ, nem o presidente do Banco Central, nem três dos sete diretores da Polícia Federal, nem o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, nem o ministro Miguel Rossetto, que mantém uma área de influência junto aos movimentos sociais, mas perdeu espaço desde a sua desastrosa tentativa de defesa do governo depois das primeiras manifestações anti-Dilma.
Não proponho aqui a criação de mais um CTG em Brasília. Nem a romântica ideia de uma convergência absoluta, como se os gaúchos, por serem gaúchos, devessem fundar uma espécie de irmandade hippie onde rolasse erva o dia inteiro. Chimarrão, é claro.
A ideia nem é minha. É antiga e anda até meio cansada. Não falta poder aos gaúchos. O que falta é gauchismo. Caímos numa armadilha. A expressão da nossa identidade é fácil. Basta vestir bombacha e tomar mate. Necessitamos, com urgência, agregar ao menu novos atributos, mais ousados, mais pragmáticos, mais inovadores. Ser gaúcho é andar pilchado, fazer churrasco, torcer pro Inter ou pro Grêmio e... e...
Nos falta capacidade de aglutinação naquilo que foge ao óbvio. Falta capacidade de convergir em pontos essenciais e fazer deles bandeiras comuns. É a nossa velha e inútil bipolaridade. Aqui, concordar com o outro significa, automaticamente, deixar de existir. A gente tem um orgulho besta de dizer que é anti.
Ser anti nos basta. Só quero mais importante, sempre, é ser pró. Propositivos, proativos, profissionais, produtivos, probos, profundos, prodigiosos, prospectivos, provocativos.