Os suspeitos de assassinar brutalmente em Canoas o jovem fotógrafo Gustavo Gargioni, 22 anos, no final de julho, foram identificados pela Polícia Civil. Na próxima semana, o delegado Marco Antônio Guns deve concluir o inquérito e pedir a prisão preventiva deles. Conforme Guns, imagens de câmeras de vigilância foram determinantes para a investigação chegar até os criminosos:
- O inquérito está no final e agora colhemos algumas provas que faltam. As imagens auxiliaram e serviram de base para a linha de raciocínio. Quero ressaltar que as informações sobre o caso não vinham sendo divulgadas por nós devido à falta de compromisso do governo em cumprir a lei e pagar nossos salários. Mesmo assim, a Polícia Civil trabalhou intensamente em respeito à sociedade e à dignidade da família da vítima.
A suspeita é de crime passional. Após o assassinato, a polícia recebeu prints de conversas entre o fotógrafo e uma mulher, retiradas do Facebook, que apontaram para uma emboscada. Por meio de um perfil falso, ela se passava por um homem e falava regularmente com Gustavo, que sabia do disfarce.
Eles se viam com frequência e marcaram um encontro para a noite de segunda-feira, dia 27 de julho , num posto às margens da BR-116, próximo à academia de musculação que ele frequentava.
"Vou estar no posto, na esquina da academia se você não chegar até a meia-noite tá? O posto na BR ali, estou de Clio vermelho", escreveu o fotógrafo para a mulher antes de desaparecer. Ele foi encontrado horas depois, naquela mesma madrugada, na Praia de Paquetá, com diversos ferimentos no corpo por agressões e pelo menos dez tiros de pistola.
Mais de dez policiais analisaram as imagens das câmeras de vigilância. Nessa conversa obtida pela reportagem de Zero Hora, a mulher diz para Gustavo que vivia um "carma" e dá indícios de que passava por uma situação complicada:
"Um dia se Deus quiser me livro desse carma na minha vida, mas não quero falar de coisas ruins contigo. (...) É bem mais difícil que tu imagina me livrar disso, mas um dia vai ter fim sim! Queria ser livre pra te conhecer melhor, não tô falando em namoro, mas tu é especial, me apeguei a ti", disse a mulher.
"Não penso que tu é louca. Mas penso que tu deveria ter se livrado disso já, mas não sei o envolvimento que vocês têm ainda e tals, então não posso falar nada. Só desejo sorte", respondeu o jovem.
Assassinato brutal
Gustavo Gargioni teria sido levado por homens armados quando saiu de uma academia de musculação no bairro Igara, na noite de segunda-feira, 27 de julho. O corpo foi encontrado próximo à Praia de Paquetá e o telefone celular e documento de identificação haviam sido levados. Além de ser atingido por pelo menos dez tiros de pistola, o fotógrafo foi espancado brutalmente antes de morrer.
Segundo Marco Antônio Guns, as características do assassinato apontam para um crime passional. O corpo de Gustavo foi enterrado na quarta-feira, 29 de julho, no Cemitério São Vicente, em Canoas.
- Uma das nossas convicções é que, pelo intenso sofrimento que a vítima passou, não se trata de uma briga de bar. A experiência mostra que é uma agressividade característica de algum envolvimento amoroso - concluiu o delegado.
* Zero Hora