Apresentada como um dos projetos para conter a crise, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que tira a necessidade de plebiscito para extinção da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) é uma forma de, em um primeiro momento, permitir fatiá-la e vender com maior agilidade unidades inativas e deficitárias. É o que diz o diretor-presidente, Carlos Kercher:
Pacote é insuficiente para resolver crise nas finanças
Piratini quer aval para atrasar parcela da dívida
- A intenção não é extinguir, mas enxugar. Estamos trabalhando intensamente para reduzir o prejuízo. Analisamos as 22 unidades e já está decidido que serão vendidas as quatro inativas. Depois, a ideia é buscar parceiros para aluguel ou venda das que não são mais viáveis. Queremos manter aquelas em que temos bons resultados.
Kercher explica que a aprovação da PEC na Assembleia é o primeiro passo desse processo. Ele afirma, ainda, que já entregou ao governo um mapeamento sobre as unidades que não interessam mais, mas não revelou quais são.
Presidente da Cesa de abril de 2013 até o fim do ano passado, Márcio Pilger pondera que uma eventual extinção ou venda da companhia não isenta o Estado de arcar com dívidas fiscais e trabalhistas, além do pagamento a funcionários ex-autárquicos. Para ele, a Cesa deveria se reestruturar e aproveitar as unidades como pontos estratégicos para melhorar a logística de escoamento da produção.
Para Kercher, uma remodelação no foco da empresa, com adaptação das unidades, é inviável hoje porque não há dinheiro para fazer investimentos:
- A venda futura de algumas unidades pode acontecer, mas se buscará garantir que o produtor continue armazenando o seu produto nessas unidades, sejam elas da Cesa ou de outro proprietário.
Hoje, segundo Kercher, a empresa tem um passivo superior a R$ 500 milhões. A companhia fechou o ano passado com um prejuízo de R$ 25,32 milhões ante R$ 62,67 milhões no ano anterior.