Novos "pedaços de metal" foram encontrados por moradores neste domingo perto do mar na ilha francesa de Reunião, o que criou a expectativa de que poderiam contribuir para a investigação sobre o desaparecimento do voo MH370 em março de 2014, informou uma fonte ligada ao caso. As autoridades que trabalham no caso, porém, negam que as peças pertençam ao avião desaparecido.
Uma das fontes consultadas pela AFP "desmentiu qualquer lacre de objetos ou pedaços suscetíveis de proceder de um avião, como parte do processo judicial em curso" sobre o desaparecimento do avião da Malaysia Airlines.
Na quarta-feira, um fragmento de asa - que "com quase total certeza" pertenceria a um Boeing 777, similar à aeronave da Malaysia Airlines desaparecida - foi encontrado na ilha do Oceano Índico e enviado à França para análise.
Neste domingo, policiais recuperaram uma peça de 10 centímetros por 10 no litoral de Saint Denis, norte da ilha. O pedaço havia sido encontrado por um morador. Os agentes alertaram a brigada de transporte aéreo, responsável pelas investigações.
A peça metálica incluía uma espécie de puxador coberto com couro no qual aparecem dois ideogramas. Os investigadores não fizeram comentários sobre a procedência e a natureza do objeto.
- Está começando (na ilha) uma espécie de "caça ao tesouro" e nos chamam por qualquer coisa - disse a fonte ligada às investigações.
Também neste domingo em Saint André, local onde foi encontrado o pedaço da asa de avião, um homem entregou à polícia um fragmento de alumínio de 70 centímetros, por suspeitar que era parte de uma porta de avião.
- As pessoas estão mais alertas. O menor objeto de metal que encontram na praia já pensam que pertence ao voo MH370, mas objetos deste tipo estão em toda a costa, o mar os carrega continuamente - explicou Jean-Yves Sambimanan, diretor de comunicação da localidade de Saint-André.
O fragmento de asa encontrado em Reunião chegou no sábado a um laboratório de Toulouse (sul da França), onde será examinado a partir de quarta-feira. Mas a simples peça provavelmente não será suficiente para solucionar o enigma.
- Não se deve esperar milagres da análise -, advertiu Jean-Paul Troadec, ex-diretor do Escritório de Investigação e Análises (BEA).
Pierre Bascary, ex-diretor da Direção Geral de Armamento (DGA) tem a mesma prudência: para tirar conclusões seria necessário que a peça estivesse no centro do acidente e as possibilidades são bastante escassas.
- Com dois metros quadrados de avião, será muito difícil ter a certeza do que aconteceu - completou.
* AFP