O primeiro-ministro da Malásia confirmou nesta quarta-feira que os destroços encontrados na ilha Reunião, no Oceano Índico na semana passada são do Boeing 777 da Malaysia Airlines que desapareceu em março de 2014. As informações são da BBC.
De acordo com Najib Razak, após exames, especialistas internacionais confirmaram que a parte da asa localizada é do avião malaio. A análise foi realizada em um laboratório militar perto de Toulouse, na França. A peça está no país desde quarta-feira passada, quando o objeto foi localizado.
- Hoje, 515 dias após o desaparecimento do avião, é com o coração pesado que preciso dizer que uma equipe internacional de especialistas confirmou conclusivamente que os destroços da aeronave encontrados na Ilha Reunião pertencem de fato ao MH370 - declarou o primeiro-ministro.
A justiça francesa foi mais prudente e indicou que "fortes evidências" levam a crer que a peça provém do MH370.
- A peça é de um Boeing 777 devido às suas características técnicas - garantiu Serge Mackowiak, vice-procurador da República de Paris.
No domingo, o destroço já havia sido identificado oficialmente como um pedaço de Boeing 777. Já a companhia Malaysia Airlines considerou nesta quinta-feira que a confirmação da origem da peça é um grande avanço para resolver o mistério do desaparecimento do voo.
- Este é realmente um grande avanço para resolvermos o desaparecimento do MH370 e esperamos encontrar mais objetos que possam ajudar com esse mistério - diz um comunicado da empresa.
O objeto foi encontrado por funcionários que faziam a limpeza da costa naquele dia. Investigadores foram chamados e a peça foi encaminhada imediatamente para exames.
O Boeing 777 da Malaysia Airlines seguia para Pequim e perdeu contato com o controle de tráfego aéreo depois de deixar a capital malaia, Kuala Lumpur. 239 pessoas estavam à bordo. A empresa declarou que o voo MH370 desapareceu às 2h40 de sábado, dia 8, horário local (15h40 de sexta em Brasília).
Foto: Reprodução / Twitter
Saiba o que acontece quando um avião cai no mar
Especialistas australianos fizeram uma série de experimentos para simular a deriva das peças do avião da Malaysia Airlines que desapareceu em 8 de março de 2014, baseando-se nas correntes oceânicas da área onde supostamente ele teria caído. As informações são da AFP:
O que ocorre quando um avião cai no mar?
Quase sempre, algumas partes flutuam na água. A possibilidade de localizar essas peças na superfície diminui rapidamente durante as primeiras semanas após o acidente. Alguns destes fragmentos, menos permeáveis, flutuam por mais tempo, mas cada vez mais dispersos.
Que tipos de fragmentos de avião podem flutuar?
Objetos como almofadas, coletes salva-vidas ou tobogãs de evacuação de emergência são projetados para flutuar. Muitos outros materiais da cabine, como bandejas para alimentos, feitas de materiais sintéticos com uma baixa densidade, também flutuam, bem como vários componentes da estrututura da aeronave durante algum tempo.
Quanto tempo flutam tais objetos?
Com o tempo, todos os destroços flutuantes absorvem água e afundam. Em alguns casos, o processo pode ser muito rápido. Por exemplo, objetos que flutuam por conter ar em seu interior afundam assim que esses espaços se enchem de água. Outras partes construídas com materiais menos permeáveis, tais como almofadas de assento, flutuam por um longo período, mas acabam afundando quando o material se decompõe, seja por processo químico ou mecânico.
Essa decomposição pode demorar muito para alguns materiais sintéticos, particularmente para os plásticos, mas é mais rápida para os materiais biodegradáveis.
É comum encontrar restos nos litorais?
A dispersão está diretamente vinculada à deriva superficial de alguns pedaços, que depende de suas características físicas, tamanho, forma e densidade. Para que um fragmento chegue até a costa, deve flutuar durante tempo suficiente e estar sujeito a uma boa combinação de ventos e correntes.
* Diário Gaúcho