O Ministério Público recorreu nesta quarta-feira da decisão que afastou a qualificadora do motivo torpe referente ao réu Evandro Wirganovicz, um dos denunciados pelo assassinato do menino Bernardo Uglione Boldrini.
Para o promotor Bruno Bonamente, que assina o recurso, houve um equívoco ao ser afastada a qualificadora de motivo torpe, uma vez que há versão nos autos de que a motivação dos crimes teria sido a paga e a promessa de recompensa, expressa em dinheiro.
- O pronunciado Evandro Wirganovicz, embora não se tenha apurado que efetivamente recebeu dinheiro para auxiliar na prática do crime, era sabedor da situação econômica de sua irmã Edelvânia, e, diante do seu relacionamento bastante próximo, aliou-se a ela, auxiliando-a, a fim de que ela obtivesse vantagem econômica - destacou o promotor.
Conforme denunciado pelo MP, Evandro Wirganovicz foi o responsável por cavar o buraco onde o corpo de Bernardo Boldrini foi enterrado, após ele ter sido morto pela madrasta, Graciele Ugulini, e a sua amiga Edelvânia Wirganovicz, irmã de Evandro.
Segundo o MP, Leandro Boldrini, com amplo domínio do fato, interessado no desfecho da ação, concorreu para a prática do crime contra seu próprio filho, como mentor e incentivador da atuação de Graciele.
No último dia 13 de agosto, o Juiz titular do processo, Marcos Luís Agostini, proferiu sentença de pronúncia decidindo que os quatro réus, Leandro Boldrini, Graciele Ugulini, Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz devem ir a júri popular. Eles responderão pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica (neste caso só o pai da vítima)
Indícios das participações
Graciele e Edelvânia
- Imagens das câmaras de vigilância mostram as acusadas com a vítima antes do desaparecimento, quando ingressam os três no veículo de Edelvânia, pouco antes das 14 horas, retornando próximo das 15 horas somente as duas acusadas.
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- Edelvânia também entregou dinheiro à construtora como pagamento da prestação de um apartamento após o fato.
- Em conversas interceptadas entre as acusadas após o fato, elas combinam as declarações que prestariam à polícia.
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- A compra realizada pelas acusadas, dois dias antes do fato, de cavadeira, pá e soda cáustica, que teriam sido utilizadas, respectivamente, para abrir a cova e tentar dissolver o corpo do menino.
- A aquisição pelas acusadas do medicamento Midazolam em farmácia de Frederico Westphalen.
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- A identificação, através de perícia, do medicamento Midazolam no rim, estômago e fígado da vítima.
Leandro
- Vídeos extraídos do telefone celular de Leandro apontam para o fato de que ele e a madrasta humilhavam o menino, praticando violência psicológica.
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- O receituário de Midazolam emitido pelo médico em 2 de abril de 2014 foi usado na compra do medicamento por Edelvânia, na mesma data.
- Em diálogo mantido entre familiares de Graciele, interceptado com autorização judicial, eles afirmam que Leandro tem ligação com o homicídio.
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Evandro
- Duas testemunhas afirmaram, na fase policial e em juízo, que visualizaram, em 2 de abril de 2014, por volta das 19h30min, o veículo de Evandro próximo ao local onde o corpo da vítima foi encontrado.
- As mencionadas testemunhas declararam, ainda, que o local onde o corpo da vítima foi localizado apresenta solo que dificulta a escavação, por ter mata e muitas raízes, exigindo força para cavar.
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