Após saber que havia irritado o vice-presidente ao deixá-lo de fora das tratativas sobre a recriação da CPMF, Dilma Rousseff telefonou nesta quinta-feira para Michel Temer e pediu ajuda para defender a volta do imposto. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Proposta de nova CPMF prevê alíquota de 0,38%, a mesma até 2007
O vice, porém, criticou a proposta, disse que haveria resistência no Congresso e não poderia fazer nada para levar a ideia adiante.
Governo federal estuda recriar CPMF
O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), afirmou nesta sexta-feira que tanto ele como Temer desconhecem por completo um suposto projeto do governo federal para propor o retorno da CPMF. Em conversa com jornalistas em sua chegada a Porto Alegre, Padilha foi taxativo ao ser perguntado sobre o tema:
- Este assunto é absolutamente desconhecido por mim e também pelo presidente (do PMDB) Michel Temer. Nós não conhecemos o assunto e eu não posso opinar sobre o que eu não conheço - disse.
Repercussões negativas da recriação da CPMF mostram dificuldade de aprovação
Diante da possibilidade de o déficit nas contas públicas passar dos R$ 70 bilhões em 2016, uma ala do governo defende a volta do imposto para garantir estabilidade fiscal. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, chegou a anunciar que havia consenso para a criação de uma "Contribuição Interfederativa da Saúde", que funcionaria como uma nova CPMF, com a renda destinada exclusivamente à área da saúde. A proposta, que está sendo estudada e que poderia ser apresentada ao Congresso na próxima segunda-feira, estabelece a cobrança de 0,38% sobre cada movimentação financeira. A resistência, tanto na Câmara dos Deputados como no Senado, é grande.
Na quinta-feira, Temer afirmou que por enquanto só existe "burburinho" sobre um possível retorno da CPMF, mas admitiu que o governo precisa de medidas de austeridade.
- A primeira ideia é sempre de que não se deve aumentar tributo. Mas, por outro lado, há muitas vezes a necessidade de apoiar medidas de contenção. Não estou dizendo que nós vamos fazer isso. Por enquanto, é só burburinho e não está sendo examinado pelo governo - comentou em São Paulo.
Eliseu Padilha está na capital gaúcha acompanhado do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. Os dois participam de almoço com empresários.
*Estadão Conteúdo com Folha de S. Paulo