À frente da condução do Caso Bernardo desde o começo, no primeiro semestre de 2014, o juiz Marcos Luis Agostini será removido para a comarca de Nonoai, a pedido dele próprio. Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça (TJ) do Estado, o magistrado não precisa explicar os motivos da solicitação. Agostini vai proferir a sentença dos quatro réus acusados de matar o garoto Bernardo Uglione Boldrini até sexta-feira.
A probabilidade é que ele confirme o júri popular para Leandro Boldrini (pai), Graciele Ugulini (madrasta) e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz. Com isso, o substituto terá apenas de presidir o Tribunal do Júri, quando os jurados vão decidir os destinos dos réus, denunciados por homicídio quadruplamente qualificado. Ainda não há um nome definido e ele não será necessariamente da região de Três Passos. Agostini estava na comarca da cidade há aproximadamente cinco anos.
Em maio deste ano, a delegada Caroline Bamberg, responsável por investigar e indiciar os suspeitos na morte do de Bernardo, foi convidada a ocupar um cargo regional e deixou Três Passos. Ela foi promovida devido à atuação no caso e deu lugar ao delegado Marcelo Mendes Lech, da 2ª DP de Santa Rosa.
Réus foram hostilizados em depoimento na cidade
No dia 27 de maio, os quatro réus da morte do garoto foram interrogados pelo juiz Marcos Agostini pela primeira vez. mas apenas Boldrini e Evandro falaram. Eles foram recebidos com gritos de "assassinos" e uma gravação de Bernardo pedindo socorro, amplificadas em caixas de som.
Boldrini foi o primeiro a depor. Em sua fala, que durou mais de três horas, ele negou ter participado do assassinato do filho e disse que ficou sabendo do envolvimento da então companheira pela própria Graciele, na prisão.
A segunda chamada a prestar depoimento foi Graciele. Ela optou por permanecer em silêncio - que é um direito previsto na Constituição. Na sequência, Edelvânia Wirganovicz entrou na sala de audiência. Como a antecessora, disse que só ia se pronunciar sobre o caso em júri. O quarto e último acusado a depor foi Evandro Wirganovicz. Ele respondeu às perguntas e negou ter cavado o buraco em que Bernardo foi enterrado. Disse que foi ao local para pescar. Evandro chorou muito durante o depoimento.