Em entrevista a jornais nesta segunda-feira, no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff destacou que a reforma ministerial que está promovendo tem caráter estruturante e confirmou que "à primeira vista" pretende eliminar 10 ministérios.
- Vamos passar todos os ministérios a limpo - afirmou Dilma.
Segundo ela, até setembro serão anunciados os ministérios que serão cortados e quais secretarias serão reduzidas nos ministérios que não forem extintos. Dilma afirmou, ainda, que a reforma ministerial enxugará em torno de 5% o total de cargos de confiança, os chamados CCs, de livre nomeação e exoneração na gestão pública.
- A reforma ministerial vai extinguir cerca de mil dos cerca de 22,5 mil cargos comissionados - disse a presidente.
Na entrevista, Dilma reconheceu que o governo demorou a perceber a gravidade da situação econômica no Brasil, levando "muitos sustos" nesses processo. A presidente citou a queda vertiginosa dos preços internacionais do barril de petróleo e das commodities.
Dilma também negou qualquer possibilidade de afastamento do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Questionada se havia fundamento nos rumores que movimentaram o mercado financeiro hoje, Dilma foi categórica:
- Isso é mentira - disse.
Questionada sobre declaração feita pelo vice de que era preciso "alguém" para reunificar o país, a petista afirmou haver muita "intriga" no ar.
- Não acho que o Temer falou com a intenção que atribuíram a ele. Ele é de extrema lealdade comigo - defendeu.
Sobre Lula, disse não achar "correto atitudes de tentar diminuí-lo", de tentar "envolvê-lo". E aproveitou para reafirmar seu apoio ao ex-presidente.
- Minhas relações com Lula são as mais próximas. Quem tentar me afastar dele não conseguirá - disse, classificando como um "desserviço" os ataques a Lula.
- Passam de todos os limites - disse ela, referindo-se à bomba lançada contra o Instituto Lula e ao boneco do presidente lançado durante as manifestações de 16 de agosto com roupa de presidiário.
Para a petista, atos de intolerância são inadmissíveis e "fascistas". Dilma Rousseff afirmou, ainda, que ninguém pode interromper o processo da Lava-Jato, mas defendeu que, quanto mais rápidas e efetivas forem as investigações, melhor.