Quando contestamos as estatísticas oficiais sobre criminalidade e alertamos para números mais preocupantes, não agimos com base em suposições: levantamentos feitos por nossas equipes dão respaldo às reportagens.
O Diário Gaúcho é um confiável termômetro sobre o avanço dos assassinatos na Região Metropolitana. Por sua vez, a Rádio Gaúcha anota e detalha todos os ataques a banco ocorridos no Rio Grande do Sul. São apenas dois exemplos de um controle paralelo feito com muito rigor e cuidado, para garantir aos nossos leitores, ouvintes e internautas um contraponto aos dados divulgados pelos órgãos da Segurança Pública.
Essa mesma cautela na apuração dos fatos nos levou a concluir que a segunda-feira de protestos do funcionalismo estadual não fugiu ao controle da polícia. O dia foi normal, com a insegurança de sempre e a média de crimes dos meses anteriores. Por que retomo o assunto? Pela insistência dos leitores e ouvintes que teimam em usar a boataria das redes sociais como principal fonte de informação. Para essas pessoas, a imprensa, em combinação com o governo, estaria escondendo a verdade.
Sem fundamento
Ora, essa tese não tem o menor fundamento. Se criamos até uma estatística colateral justamente para não "comer" somente pela mão oficial, por que seríamos oficialistas justo na hora em que a população mais precisa de informação segura e confiável? Agimos com tanta independência que revelamos a ocorrência de um arrastão na área do Camelódromo no final da tarde de segunda-feira antes mesmo de o corre-corre ser confirmado pela Brigada Militar, o que só aconteceu quarta-feira.
Também foi a reportagem que alertou para o aumento do número de carros roubados em Porto Alegre nos dois primeiros dias da semana. Tudo o que aconteceu foi divulgado. Só não caímos na irresponsabilidade de distorcer a realidade, endossando o alarmismo irresponsável que antecedeu os protestos.
Então, está tudo tranquilo? Dá para sair de casa com segurança? Claro que não. Com a polícia fazendo operação padrão, mais do que nunca precisamos ter cuidado. Mas sem jamais alimentar uma situação de medo, tensão e pânico que, até prova em contrário, não corresponde à força dos fatos.
*Diário Gaúcho