A defesa da Odebrecht contestou, nesta sexta-feira, o andamento da operação Lava-Jato e explicou que algumas das anotações presentes no celular do executivo fazem referência a uma vaca adquirida pelo irmão de Marcelo no valor de R$ 2,2 milhões em um leilão em 2013. Além disso, segundo os defensores, a sigla "LJ" que aparece nas anotações de Marcelo é uma referência ao jornalista Lauro Jardim, da revista Veja.
As explicações foram dadas pela advogada Dora Cavalcanti, que se encontrou com Odebrecht na prisão nessa quinta-feira para, segundo ela, compreender as anotações no celular do empresário capturado pela Polícia Federal em 19 de junho, sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Muitas mensagens estão cifradas.
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Como advogada, Dora Cavalcanti tem direito a uma reunião com o seu cliente preso para tratar do processo. Relatório da Polícia Federal sobre o celular do executivo aponta que as referências a "Vaca" poderiam ser ao ex-tesoureiro do PT, também preso na Lava-Jato, João Vaccari Neto. No celular aparecem outras referências à expressão "vaca" e também à inicial V'i associada a valores, que os investigadores suspeitam ser Vaccari.
A defesa tem até a segunda-feira para explicar alguns termos no aparelho do executivo que chamaram atenção dos investigadores, como a expressão "dissidentes PF" e junto dos termos "trabalhar para parar/anular". Para os investigadores, os termos denotam a estratégia de Marcelo Odebrecht de prejudicar o andamento da operação.
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Os advogados da Odebrecht realizaram nesta tarde de sexta-feira uma entrevista com jornalistas para esclarecer o posicionamento da defesa da empresa em meio às investigações e à denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra os presidentes da empreiteira e da Andrade Gutierrez, além de mais 20 investigados.
Ao longo da entrevista os defensores criticaram o andamento da operação.
- A defesa tem expectativa de parar de ser surpreendida a conta-gotas, objetivando sim a absolvição porque nós trabalhamos nessa perspectiva. Estamos tratando de uma sistemática do processo legal - afirmou Dora Cavalcanti.
Em relação à nova ordem de prisão preventiva dos executivos pelo juiz Sergio Moro, a advogada disse que o pedido de habeas corpus em favor de Marcelo Odebrecht e de outros cinco integrantes da cúpula da empreiteira será mantido. Ela disse que acredita na libertação dos réus. Afirmou ainda que tem certeza de que as prisões serão revogadas.
*Estadão Conteúdo