Três pessoas morreram esperando leitos em unidade de tratamento intensivo (UTI) em Santa Maria nos últimos dois dias. O primeiro caso ocorreu na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da cidade da Região Central. Uma senhora - a unidade não soube informar a idade - ficou dez dias esperando leito e, na quinta-feira, não resistiu. O administrador da UPA, Rogério Carvalho, diz que foi feito pedido na central de leitos do Estado, e, quando um hospital aceitou a paciente, a família optou por não transferi-la para outro município.
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- Em Santa Maria, é bem comum não ter vaga de UTI. De 30 pacientes que necessitam, conseguimos para 10, quando muito - diz Carvalho.
No Pronto-Atendimento do bairro Patronato, ocorreu o óbito de uma paciente com 74 anos, que havia sofrido acidente vascular cerebral, e um idoso de 69 anos com quadro de choque séptico, nesta sexta-feira. Os pacientes aguardavam leitos junto ao hospital universitário, mas não foi solicitada a transferência para outra cidade em decorrência do quadro instável deles, de acordo com Cleci Maria Cardoso, coordenadora da unidade.
Santa Maria vai entrar na Justiça para obter recursos do Estado
O principal problema enfrentado pela secretaria de saúde é a falta de leitos nos hospitais. A secretária afirmou que tanto UPA quanto o Pronto-Atendimento do bairro Patronato estão tendo de manter internados pacientes que deveriam estar em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), por falta de leitos hospitalares.
Em coletiva realizada na manhã desta sexta-feira, a secretaria de Saúde de Santa Maria, Vânia Olivo, anunciou que a prefeitura vai entrar na Justiça para tentar obter os recursos devidos pelo Estado para a área da saúde. De acordo com um levantamento da secretaria, com os repasses feitos nos últimos meses, o valor da dívida do Estado com o município, que era de R$ 11 milhões, caiu para R$ 5,8 milhões. É esse o valor que a prefeitura buscará recuperar na Justiça.
Os repasses atrasados são referentes aos anos de 2014 e 2015. Dos R$ 5,8 milhões, R$ 890 mil são recursos que deveriam ter vindo para manter o Serviço de Atendimento-Móvel de Urgência (Samu) e R$ 900 mil para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) e não foram repassados. Ainda conforme a secretária, a parte que cabe ao Ministério da Saúde está chegando à cidade.
*Zero Hora, com Diário de Santa Maria