Prestes a completar três meses do caso, a Polícia Civil de Pelotas divulgou nesta quinta-feira o retrato falado, feito pelo Instituto-geral de Perícias, de um homem visto com uma mulher que pode ser a professora universitária Cláudia Hartleben, desaparecida desde 9 de abril. Coordenadora do curso de Biotecnologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Claudinha, como é conhecida, sumiu de dentro de casa, no bairro Três Vendas, sem deixar rastro.
Apesar da mobilização de familiares, amigos, colegas e alunos com campanhas em redes sociais, passeatas e até oferta de R$ 10 mil como recompensa por informações, não há sinal do paradeiro da professora.
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Professora desaparecida em Pelotas intriga investigadores e mobiliza familiares e amigos
De acordo com o delegado Felix Rafahim, em depoimento colhido pela Delegacia de Homicídios, uma testemunha alega ter visto o rapaz na companhia de uma mulher cujas características seriam as de Cláudia. Eles teriam sido vistos no entorno de Pelotas, dentro de um carro, no dia 10 de abril, um dia após o desaparecimento. O jovem de cor parda deve ter entre 26 e 27 anos e altura entre 1,65m e 1,70m.
- Ele ainda não é um suspeito. É uma pessoa que nós temos interesse de identificar. Nós não temos certeza que a pessoa que estava com ele é a professora mesmo. Tentamos identificar o rapaz sem precisar da ajuda da imprensa, por nossos próprios meios. Mas essas alternativas se esgotaram. A partir da identificação, a gente pode chegar à pessoa que estava com ele, que pode ou não ser a professora - explica Rafahim.
Mais de 30 pessoas prestaram depoimento e outras dezenas foram entrevistadas pelos investigadores. Das três pessoas indicadas para passar pelo detector de mentiras (tecnicamente chamado de polígrafo), apenas uma se submeteu ao procedimento, que, segundo o delegado, é usado "apenas como um indicativo, não como prova". Apesar dos quase 90 dias de investigações, ainda não há suspeitas sobre o paradeiro de Cláudia nem respostas para tantas perguntas que o desaparecimento impõe.
Muitas dúvidas e poucas respostas
- O jovem procurado pela polícia teria sido visto com uma mulher com as mesmas características de Cláudia em 10 de abril - um dia após o sumiço, portanto.
- O jovem e a mulher que pode ser a professora universitária, de acordo com testemunha, estaria em um carro no entorno de Pelotas.
- De acordo com a descrição da testemunha, o jovem tem cor parda, entre 26 e 27 anos, com altura entre 1,65m e 1,70m.
- Mais informações podem ser repassadas à polícia civil por meio dos telefones (53) 3310-8174 ou (53) 3310-8173.
Os últimos passos
9 de abril
- Às 20h, a professora chega à casa de uma amiga, onde ficou por cerca de duas horas.
- Perto das 22h30min, se dirige para casa, no bairro Três Vendas.
- As 22h43min, telefona para o marido, que está em Porto Alegre a negócios. O diálogo dura 14 segundos. Cláudia está no trânsito, na Avenida Dom Joaquim, a cinco minutos de casa, na Av. Fernando Osório.
- Somente por volta das 23h30min ela teria chegado à garagem, entrado em casa sem ser vista pelo filho (que estava dormindo), trocado de roupa e desaparecido. Bolsa, documentos, cartões e celular também sumiram.
Os mistérios
1 Por que Cláudia demorou quase uma hora para chegar em casa se, ao ligar para o marido, estava distante apenas cinco minutos de onde mora?
2 Se Cláudia foi atacada por alguém dentro de casa, como essa pessoa entrou, já que não havia sinais de arrombamento, de desordem e nem de luta corporal, e não teria chamado atenção dos quatro cães dela?
3 Se a professora foi vítima de um assaltante, por que o bandido não levou pertences, como pulseiras, anéis e um computador que estavam sobre uma cômoda?
4 Se Cláudia foi sequestrada, por que não há pedido de resgate?
5 Se o bandido pegou documentos e cartões de banco de Cláudia, por que ele não tentou sacar dinheiro da conta dela?
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