Quase três anos depois de um crime que chocou a comunidade de Santa Maria, Carlos Renan Pinto Galvão, 29 anos, foi julgado nesta quinta-feira pelo Tribunal do Júri e pegou, no total, 31 anos e seis meses de prisão em regime fechado. Ele foi condenado por homicídio qualificado (por motivo fútil mediante asfixia e para esconder o crime de estupro), com a pena de 20 anos de prisão, ocultação de cadáver, crime no qual pegou um ano e seis meses, e também por estupro de vulnerável (sem conjunção carnal), pois, ao longo do processo, perícias comprovaram a presença de material genético do suspeito nos órgãos genitais da menina, com pena de 10 anos de prisão. A defesa vai recorrer da sentença - ele foi defendido pelo defensor público Andrei Melo. Já o advogado da família de Júlia é Antônio Carlos Porto e Silva.
Acusado de estrangular menina de seis anos em 2012 será julgado
Em novembro de 2012, Galvão assumiu ter matado Júlia Assunção de Moura Machado, seis anos, que era prima de sua companheira, Neridiane Rodrigues, 24 anos. Neridiane é acusada de ter ajudado o réu a esconder o corpo da menina, que foi encontrado dentro do Arroio Cadena, nos fundos da residência do casal, na Vila Carolina. Porém, ela, que está em liberdade, pode não ser julgada, pois aceitou a suspensão condicional do processo. Durante dois anos, ela terá que cumprir condições impostas pela Justiça, como não se envolver em outros crimes, não sair da cidade, entre outros. Caso descumpra alguma dessas condições, o processo volta a tramitar. Galvão está preso desde o dia 17 de novembro de 2012, dia seguinte ao crime.
O caso
Os pais de Júlia, Gilberto Rodrigues Machado e Juliana Assunção de Moura, deram falta da menina por volta das 18h do dia 16 de novembro de 2012. Horas antes, a menina andava de bicicleta na rua de casa, que fica distante aproximadamente 200 metros da casa do réu. Depois de largar a bicicleta em casa, a mãe pressupôs que ela tivesse ido à casa da prima, Neridiane, já que a vítima gostava de ir ao local para ver o filho da prima, que recém havia nascido. Quando Juliana ligou para Neridiane para que a menina voltasse para casa, veio a notícia de que Júlia não estaria na residência da prima.
Morte de menina de seis anos choca Santa Maria
Depois da informação, começaram as buscas pelo corpo da menina. Neridiane e Galvão, inclusive, ajudaram nas buscas. Outros familiares da menina encontraram o corpo dentro do Arroio Cadena, no bairro Carolina. O corpo estava sujo de terra, já que, antes, teria sido enterrado em um buraco.
Em um primeiro momento, Galvão assumiu a autoria do crime na delegacia. Na ocasião, ele teria dito que, após ingerir bebida alcoólica, teria estrangulado a menina e a colocado na sanga. Depois, ao tentar reanimá-la, teria forçado demais o peito da vítima, ouvindo um estalo, tendo certeza da morte de Júlia. O réu alegou não aguentar mais as frequentes visitas da vítima a sua casa. Mas, em depoimento na Justiça, mudou a versão e disse que, ao chegar em casa, Júlia já estaria morta, e seu corpo estaria dentro de um armário, imputando o crime à Neridiane.
Galvão seguirá preso na Penitenciária Estadual de Santa Maria, onde está desde o dia seguinte ao crime.