A espionagem praticada pela agência de segurança nacional (NSA) dos Estados Unidos na Alemanha foi muito além do "grampo" contra o celular da chanceler Angela Merkel, e envolveu vários ministros, informou nesta quarta-feira o jornal Suddeutsche Zeitung, que cita documentos divulgados pelo Wikileaks.
Segundo o jornal de Munique, que relaciona diversos números "grampeados" pela NSA nos anos 2010-2012, a agência americana se interessou particularmente pelas atividades dos ministérios das Finanças, Economia e Agricultura.
EUA espionaram três últimos presidentes da França, aponta WikiLeaks
Revelações sobre espionagem americana deixam franceses indignados
"O atual ministro da Economia e vice-chanceler, Sigmar Gabriel, que na época estava na oposição, suspeita que foi e ainda está sendo alvo de escuta" da NSA, revela o jornal.
Na lista de "grampos" está o número do antigo ministro das Finanças Oskar Lafontaine, que abandonou o cargo em 1999, mas o telefone "continua ativo" na secretaria do ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble", destaca o Süddeutsche Zeitung.
Os alemães, muito sensíveis sobre sua privacidade devido à experiência com as ditaduras nazista e comunista, ficaram chocados com as revelações do ex-consultor de inteligência da NSA Edward Snowden sobre o vasto sistema de vigilância eletrônica praticado pelos Estados Unidos.
Os supostos casos de espionagem em benefício de Washington geraram conturbação nas relações dos EUA com a Alemanha, que chegou a expulsar o chefe dos serviços secretos americanos na Alemanha em 2014.
Leia as últimas notícias do dia
*AFP