Sem gás argentino, o governo federal propõe desmontar a Usina térmica de Uruguaiana e levar para outro lugar. O custo exato não foi calculado, mas será de centenas de milhões de reais. E a operação só será viável se este custo for transferido para as contas de luz.
Reportagem do Fantástico mostrou que relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) apontam que problemas de planejamento e gestão do sistema elétrico provocaram um prejuízo de bilhões de reais aos cofres públicos.
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Inaugurada em 2001 pelo presidente Fernando Henrique e a secretária de Energia do Rio Grande do Sul, Dilma Rousseff. Era para funcionar com gás fornecido pelos vizinhos em um aparceria que deveria durar 20 anos. Mas desde 2008 a Argentina parou de fornecer gás para Brasil alegando que não tem espaço no gasoduto para atender o Brasil.
Em fevereiro deste ano a AES, dona da usina, comprou gás liquefeito na África, descarregou no porto de baía Blanca, onde o gás foi processado e carregado nos dutos argentinos. Tudo isso para produzir por três meses e meio. Contando esse tempo, em sete anos, a usina funcionou apenas sete meses e custou muito caro.
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- A melhor alternativa pra Uruguaiana é que se desmonte a usina e que ela vá pra um centro metropolitano, como Rio, São Paulo, Minas Gerais, não importa, aonde tenha gás e, é claro, tenha uma carga pra consumir aquela energia- diz Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética.
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Para Ítalo Freitas, vice-presidente de Operações da Geração da AES esta não é a única solução.
- Não. A solução de Uruguaiana também passa em ficar aqui. Há a possibilidade de transporte? Há. Tem que levar em conta vários fatores além de ser uma movimentação bastante cara para a usina - afirma.